Para quem, como eu, adora os filmes de monstros da Universal dos anos 30 e 40, Lobisomem na Noite (Werewolf by Night) é uma delícia. Para quem espera uma produção comum da Marvel, é surpreendente. Alguns podem até achar chato. Mas, acima de tudo, é um projeto elogiável. A Marvel sai de sua caixinha, especialmente no formato – em preto e branco, com pouco menos de uma hora de duração. E ainda com efeitos perfeitos e antiquados, que são sensacionais de ver.
Lobisomem na Noite é também baseada em quadrinhos da Marvel. Tudo se passa em uma noite escura e sombria. Uma cabala secreta de caçadores de monstros emerge das sombras e se reúne no Templo Bloodstone. O motivo é a morte de seu líder. Todos estão ali para participar de um estranho e macabro memorial à vida do líder. Os participantes são empurrados para uma misteriosa e mortal competição por uma relíquia poderosa. Uma caçada que os colocará cara a cara com uma criatura perigosa.
O que achei?
O filme se anuncia como um especial de Halloween. Já começa fazendo o link com o MCU dizendo que os heróis não sabem o que acontece nas sombras. E a partir daí faz um exercício de cinema brilhante. É a estreia de Michael Giacchino como diretor depois de tantas premiadas trilhas sonoras. E ele faz inúmeras homenagens. Não só aos filmes de monstros que citei no início, mas também a O Mágico de Oz e até Um Lobisomem Americano em Londres. Repare na cena da transformação do Lobisomem, impossível não lembrar.
Os efeitos dispensam ao máximo o CGI. Me parece que é tudo como era há mais de 80 anos. E só isso já representa uma mudança surreal e inesperada. Não se sabe , mas é possível que Jack (Gael Garcia Bernal) e Elsa (Laura Donnelly, de The Nevers) venham a aparecer em outros projetos do MCU. E ambos estão ótimos, assim como Harriet Samson Harris (a Felicia de Desperate Housewives) como Verussa.
Provavelmente, muita gente poderá torcer o nariz com a edição mais lenta, os efeitos mais pobres de Lobisomem na Noite. Mas eu gostei, e achei a experiência o máximo!