Eu conheço pouco do cinema da Índia. Creio que vi pouco mais de uma dezena deles. É uma falha monumental, ainda mais porque a produção de Bollywood é uma das maiores do mundo. De qualquer maneira, comecei a ficar curiosa sobre RRR: Revolta, Rebelião, Revolução quando ele apareceu em diversas listas de melhores do ano. E mais ainda quando o diretor, S. S. Rajamouli, levou o prêmio dos Críticos de Nova York. Assim, apesar das mais de três horas de duração resolvi assistir na Netflix. É um novelão, com belas cenas com efeitos especiais. Apesar de que poderia ter sido mais curto para ficar mais “redondinho”, não vai cansar você. Isso, é claro, se gostar de musicais, fantasia e de um bom novelão.
Durante o domínio britânico na Índia, a garotinha Malli é levada pelo governador britânico Scott Buxton e sua esposa Catherine contra a vontade de sua mãe. Só que parece que há pouco fazer. #sóquenão. Logo o governo descobre que Komaram Bheem começou sua busca por ela e pode ser um obstáculo para o exército britânico. O governador e sua esposa anunciam um posto especial para qualquer oficial que possa trazer Bheem até eles. E Rham irá fazer de tudo para conseguir – até mesmo destruir uma amizade.
O que achei?
Já começo avisando que os dois personagens realmente existiram e lutaram pela independência da Índia. Mas, pelo que se sabe, nunca se encontraram, muito menos se tornaram amigos. O diretor tomou suas liberdades poéticas para construir uma história épica. Os dois personagens são praticamente super-heróis. Ao apresentar os dois, cada um em seu momento, o roteiro constrói cenas impossíveis, mas extremamente magnéticas. É impossível tirar os olhos da tela. E assim vai por toda a sua narrativa de RRR. A cena da explosão do trem poderia muito bem ser de um Homem-Aranha, e há outras que combinariam com um filme de Hulk, Batman, ou do Super-Homem.
E claro, há também os números musicais. São fascinantes, tanto pelas músicas, como pelo colorido e especialmente pela coreografia. Mas se não gosta, fica o aviso, até quando estão sendo torturados os personagens cantam. Se não gosta, nem passe perto, rsrs.
É claro que, como mencionei acima, há alguns momentos que poderiam ter sido editados. Mas quem sou eu para dizer alguma coisa? É fantasia pura, que conquistou o mundo inteiro – e boa parte da crítica. RRR o filme de maior bilheteria da Índia. Fez mais de 150 milhões de dólares no mundo – o que é um recorde para um filme do país. E, claro, o diretor já confirmou que estão trabalhando no roteiro de uma sequência.
Os dois atores principais, Ram Charan Teja e N.T. Rama Rao Jr., são astros na Índia, e funcionam com suas caras e bocas na trama novelesca. E fiquei surpresa de ver um ator que gosto muito, Ray Stevenson, como o grande vilão da história. Mas a maior surpresa mesmo, foi reconhecer Allison Doody, que faz a esposa. Você vai lembrar dela de Indiana Jones e o Templo da Perdição. Só que ela andava meio sumida, mas continua linda – e uma atriz até razoável.
E no final…
No final, você precisa estar no clima para entrar de cabeça nessa fantasia enlouquecida de RRR. Mas devo dizer que me diverti – especialmente pelo inesperado de tudo.