Todo mundo que acompanha o Blog de Hollywood há algum tempo sabe que sou fã de Glee. Que ela é uma das minhas favoritas da vida. Há muito tempo acompanho também todas as tragédias dos bastidores. E quando foi anunciado o documentário The Price of Glee (O Preço de Glee) fiquei com um pé atrás. Nenhum dos atores ou produtores principais estava envolvido. Nenhuma cara conhecida iria aparecer. Tinha até decidido não assistir, mas depois mudei de ideia. Por pior que fosse a experiência, deveria ver o documentário, disponível na HBO Max. São três episódios mais caça-níqueis e vergonhosos que já testemunhei. Abordam especialmente as três mortes famosas de atores da série: Cory Monteith, Naya Rivera e Mark Salling. Sugiro que não assista.
Primeiro, porque como disse acima, não há ninguém conhecido entre os entrevistados. São somente pessoal dos bastidores da série – tipo maquiador, ou figurinista. E ainda amigos, conhecidos, uma psicóloga, professora do primário (essa é brincadeira, mas é bem nesse estilo). Todos aparentemente dizendo que sabiam de algo muito importante sobre as três mortes. Só que, ao contrário do que a divulgação da série anuncia, não há “revelações bombásticas”. Só coisas do tipo, “eu senti que algo errado iria acontecer”, ou ainda “penso que isso foi culpa daquilo”.
O conteúdo – ou falta dele
A série começa mostrando os testes dos atores, e como Glee se transformou num grande sucesso, inspirador de tanta gente mundo afora. A partir daí, se concentra no caso de Cory Monteith. Aparece até um cara que se diz “pesquisador de celebridades” que pergunta o que fez com que Cory voltasse ao vício naquela noite há 10 anos, que culminou com sua morte. Só que não há respostas. Só um monte de gente brega junta tentando conseguir seus 15 minutos de fama às custas das tragédias dos outros. E sempre usando a meia dúzia de imagens dos atores de novo e de novo.
O drama de Mark Salling tem muito menos tempo no dito documentário. Parece que não acharam que seria muito popular perder muito tempo com seu suicídio após ser condenado por posse de pornografia infantil. O terceiro episódio é mais dedicado ao trágico acidente que matou Naya Rivera. Seu pai, George Rivera, é a única pessoa ligada à família que topou falar com os produtores de O preço de Glee. E logo fica claro que está bem determinado a se promover. É nojento.
Outro assunto
Outro assunto que se comenta é o problema de violência doméstica sofrido por Melissa Benoist no tempo de sua relação/casamento com Blake Jenner. Mas tudo passa muito rapidamente. Mas o grande objetivo, nada claro, só nas entrelinhas, é novamente tentar colocar a culpa de tudo nas costas de Lea Michele. A gente sabe – e ela mesma reconhece – que agiu de forma errada em alguns momentos da época de Glee, mas há um ranço, uma vontade de destruir que incomoda. Especialmente talvez porque Lea está por cima, salvou a Broadway, tem uma bela família, e é uma das pessoas mais influentes do mundo , segundo a revista Time. E todos esses que falaram nessa documentário em breve terão que voltar à sua vidinha desconhecida.
Fique longe!
Confesso que fiquei com raiva ao final de O Preço de Glee. Especialmente de mim mesma por ter dado audiência a esse lixo. Então fica aqui a minha sugestão para ser mais sensata do que eu e simplesmente não assistir. Há milhões de coisas mais interessantes , e bem menos venenosas, para ver no streaming.