Não tenho grande conhecimento sobre animações japonesas. Nem mesmo as super elogiadas do Studio Ghibli e o diretor premiado Hayao Miyazaki. E confesso que não creio que tenho a profundidade suficiente para embarcar nesses trabalhos. Mas O Menino e a Garça, que estreia nos cinemas nessa quinta-feira, é a animação favorita ao Oscar na categoria, então tinha que assistir.
Miyazaki começou a trabalhar no filme em 2016, antes mesmo de receber sinal verde da produtora. A ideia era que o lançamento acontecesse em 2020 junto com as Olimpíadas do Japão. Mas ai com a COVID, os planos foram por água abaixo. O roteiro se baseia no livro How do You Live, de Genzaburo Yoshino, de 1937.
Conta a história de um menino de 15 anos em uma jornada para descobrir o crescimento espiritual, a pobreza e o significado da vida. Após a morte de sua mãe, o adolescente Mahito deve enfrentar mudanças inevitáveis e enormes. Por causa da guerra, ele e o pai se mudam para o interior do Japão. Lá eles irão viver com a irmã da mãe, que já está grávida do pai de Mahito (é a coisa é complicada). Lá ele encontra uma misteriosa garça falante, que o atrai a uma torre, onde ele vai para uma dimensão onde os mortos podem se comunicar.
O que achei?
A história tem um pouco de Alice no País das Maravilhas, e também um apelo óbvio para quem é fã de outras obras do diretor como A Viagem de Chihiro. Confesso que achei cansativo (sou objetiva demais para embarcar em histórias contemplativas). A primeira parte é mais sonolenta, mas a segunda tem mais ação, apesar de eu ter me sentido perdida em vários momentos. Mas, claro, tudo é muito belo e poético. Para quem gosta do estilo, é um prato cheio. Mas para quem não é conhecedor (e admirador) do trabalho de Miyazaki, como eu, creio que será difícil realmente se envolver com a história.