A gente não conhece nem uma parte desses grandes heróis que mudaram a história, salvando tantas pessoas durante várias guerras. E Hollywood, ainda bem, nos traz esses filmes excelentes que também servem como um caminho para a história do mundo. Esse foi o caso de A Lista de Schindler, de Steven Spielberg, que conta a história de um grande salvador da loucura nazista (está disponível no MAX e na Globoplay). E também é o caso de Uma Vida – A História de Nicholas Winton, que chega aos cinemas nessa quinta. Os dois nos emocionam com essas pessoas iluminadas, que se importam com o outro, e fazem algo pela humanidade.
O filme se passa em duas fases. Ele mostra o extraordinário e humanitário Nicholas Winton que, em 1938, durante a Segunda Guerra Mundial, foi visitar Praga e se horrorizou com a situação em que as famílias ali viviam por conta de forte influência da Alemanha nazista. Compadecido com a situação, Nicholas junto com um grupo de apoio, conseguiu ajudar, principalmente crianças, a fugirem do Holocausto e irem para a Inglaterra antes fecharem as fronteiras. Anos depois, Nicholas Winton fica atormentado com o sentimento de culpa pensando naqueles que ele não conseguiu resgatar. É quando ele recebe o convite para participar de um programa de TV.
O que achei?
É impossível não se emocionar – e chorar mesmo – com essa história real. É contada de um jeito simples e adorável. Nicholas ficou conhecido como o Schindler britânico. Há momentos de grande tensão, quando. as crianças embarcam em cada um dos trens para a fuga da então Tchecoeslováquia um pouco antes da guerra explodir na Europa dos anos 30. Durante os tempos de sua juventude, Johnny Flynn ( de Emma) faz o papel de Nicholas. É admirável o trabalho dele como o rapaz que está determinado a tentar salvar essas crianças tchecas. Impossível não se emocionar, especialmente quando ele explica suas razões. E Helena Bonham-Carter está eficiente como sempre no papel de sua mãe. Destaque também para os aspectos técnicos de fotografia, direção de arte e timing do roteiro.
Mas, é claro, que a emoção maior chega com a interpretação de Anthony Hopkins, como o Nicholas mais velho. Há uma cena de choro na piscina que , já aviso, será impossível controlar as suas lágrimas. E claro, toda a história do reencontro de Nicholas com as pessoas que ele salvou, são nada menos do que emocionantes demais. Você sai do cinema com uma sensação dúbia. Triste por aqueles que não conseguiram se salvar. E feliz porque existiu um dia alguém como Nicholas Winton, que teve a perseverança de tentar salvar muita gente. Mas , aviso desde já, leve um lenço, tá?