Provavelmente você já ouviu falar da minissérie inglesa Bebê Rena, que está na Netflix. Muita gente tem me perguntado sobre ela nas redes sociais do Blog de Hollywood. A princípio, não seria o tipo de série pela qual eu me interessaria. Entretanto, confesso que fiquei curiosa. E como era curtinha (7 episódios com uma média de 30 minutos), resolvi maratonar nessa manhã de domingo.
O roteiro se baseia em uma história real, que depois virou peça de Richard Gadd. Ela foi lançada em 2019 no Edinburgh Festival. Na série, acompanhamos a história do comediante, performer e escritor Donny Dunn (feito pelo próprio Richard Gadd), que se envolve com Martha (Jessica Gunning), uma mulher que aparece um dia no bar onde ele trabalha. Compadecido com a mulher, que parece estar passando por diversos problemas, ele se mostra interessado em sua história, e ainda lhe oferece um chá de graça. Isso é o suficiente para que Martha desenvolva uma obsessão por Donny, uma stalker. Isso impacta a vida dos dois e encurrala Donny a enfrentar um trauma profundo e sombrio de sua vida.
O que achei?
A gente já viu um monte de filmes e séries sobre stalkers. O óbvio apelo nesse caso é que se trata de uma história real. Há várias histórias de pessoas que estão praticamente investigando a vida de Richard Gadd para tentar descobrir quem é a verdadeira Martha e também quem é o abusador Darrien (vivido na série por Tom Goodman-Hill, que esteve em Rebecca). Só que Richard Gadd deixou claro que não quer que o público saiba quem são os dois personagens na vida real. Para isso, ele teria inclusive feito alterações na sua própria história para que ninguém saiba quem são os dois personagens.
Confesso que tive dificuldade de acompanhar a história. Pessoas que falam demais me deixam nervosa. E Martha não para um segundo (grande atuação de Jessica Gunning). Algumas pessoas dizem que a série tem um certo humor negro. Bem, eu não entendo isso como humor. Também tive dificuldade de conseguir ter empatia com o personagem de Donny, que faz tanta coisa errada ao mesmo tempo. Sim, o roteiro tem a explicação que tudo é resultado da situação com o abusador. Mas, mesmo assim, para mim foi difícil aguentar até o fim.
No final…
Bebê Rena tem momentos bem pesados. Não só de diálogos fortes, como com consumo de drogas e abusos. Tem que ter estômago para aguentar. O final evita a coisa do “saí fortalecido”, felizes para sempre. Talvez seja a melhor coisa da série. Mas, sinceramente, agora só quero ver uma comédia romântica bobinha para me deixar mais leve depois de uma série tão pesada.