Acho interessante, e ao mesmo tempo desapontador, o que Russell Crowe está fazendo com sua carreira. Anteriormente fazia filmes ótimos, grandes produções. Ganhou dois Oscars, para se ter uma ideia. E aí de uns anos para cá, começou a fazer umas coisas tão “filme B (ou C)”. É só pensar em O Exorcista do Papa ou Jogo Perfeito, por exemplo. E outro que vai entrar para essa mesma lista ruinzinha é A Teia, que estreia nessa quinta nos cinemas. Tão previsível…
A ideia é boa. Apesar de que já houve um filme com tema similar chamado Assassino sem Rastro (disponível no MAX). Em todo o caso… Aqui a ideia principal é a de um ex-detetive que sofre de Alzheimer, e revisita um caso de homicídio do passado, investigando como se fosse a primeira vez. Roy Freeman (Russel Crowe) está passando por um tratamento intensivo contra o Alzheimer quando descobre que um homem que condenou pelo assassinato de um professor universitário está no corredor da morte. Mesmo sem muitas memórias daquela época, ele fica intrigado e entra em contato com seu ex-parceiro para refazer os passos da investigação. Olhando para o caso sob uma nova perspectiva, Freeman faz descobertas sobre o crime e sobre si mesmo.
O que achei?
O filme se baseia no best-seller The Book of Mirrors, de E.O. Chirovici. A ideia é fazer um film noir moderno, com todos os ingredientes do gênero. Isso inclui o detetive que busca a verdade que ninguém quer que ele descubra. Tem também a mulher misteriosa e destruidora (vivida por Karen Gillan, de Jumanji), e as idas e vindas de uma investigação. E, é claro, tem uma tentativa de assassinato do policial .
O problema é que o roteiro cria personagens e situações totalmente incoerentes. O Alzheimer do personagem vai e volta conforme preferível pelo roteiro. Todo mundo parece meio perdido na história, com exceção de Crowe. Mesmo sem grande mobilidade devido ao peso, ele ainda consegue colocar uma verdade na história. Pena que ela é tão previsível que eu já tinha descoberto que era o culpado no meio do filme. É mais um daqueles para você deixar para ver no streaming quando não tiver absolutamente mais nada para ver. Nem que seja por Russell Crowe.