Eu conheço pouco os filmes japoneses sobre Godzilla. Mas, sempre acompanhei as produções de Hollywood sobre o monstro. Um dos momentos mais legais que vivi como audiência de cinema foi quando assisti aquele Godzilla, de 1998, numa pré-estreia no Madison Square Garden quando trabalhava na Columbia (hoje Sony Pictures).Foi muito legal! Depois disso, assisti todos os Godzillas posteriores de Hollywood, até o último, Godzilla e Kong: O Novo Império. Por causa disso, estava bem curiosa para ver Godzilla Minus One. Perdi o filme no cinema, mas assisti agora que estreou na Netflix. Confesso que esperava mais.
O filme se passa em um Japão social e economicamente devastado após o término da Segunda Guerra Mundial. A situação chega a um nível ainda mais crítico quando uma gigantesca e misteriosa criatura surge do mar para assolar o país, o temível kaiju. Sob esse pano de fundo, sentindo-se como se tivesse enganado a morte muitas vezes, está Kōichi Shikishima (Ryunosuke Kamiki), um piloto Kamikaze. E quando seu grupo é atacado na Ilha Odo, com muitos engenheiros de aviões de guerra mortos pelo monstro gigantesco, uma enorme culpa pesa sobre Shikishima, agora sobrevivente. Entrando assim, em uma missão pessoal, para defender suas pessoas queridas e vingar a morte de seus companheiros, Shikishima se une a um grande grupo de veteranos de Guerra, para finalmente derrotar o monstro conhecido como Godzilla.
O que achei?
A ideia do diretor Takashi Yamazaki era fazer um filme de Godzilla com um foco maior na história dos humanos. Isso é louvável, inclusive o fato da história ser um filme de época, que se passa logo após a segunda guerra mundial. Só que o personagem principal, Shikishima, é complicado. É difícil ter empatia com ele, e ainda mais o ator é muito exagerado. Aliás, isso é uma constante em todo o elenco. Assim, é difícil aguentar até os momentos em que finalmente Godzilla aparece.
Aí a coisa fica boa. Logo de início há uma sequência ótima, em que Godzilla destrói tudo que há numa pequena ilha. Há também a excelente destruição da cidade, e claro, o final apoteótico. Gosto do look clássico do monstro – ele fica ainda mais interessante na perseguição do pequena barco, com uma sensação que lembra Tubarão. Pena que falte Godzilla e tenha muito Shikishima no filme – o final feliz forçado também é um pouco demais.
De qualquer maneira, Godzilla Minus One é o filme japonês de live action de maior sucesso nos EUA. Foi bem elogiado pela crítica. Foi o primeiro filme de língua não inglesa a ganhar o Oscar de efeitos especiais. E é realmente um destaque, especialmente levando em conta o orçamento baixo do filme. Só faltou mais Godzilla na história.