Não sou grande fã do filme musical de 1982, Annie, dirigido por John Huston e estrelado pela fofa Aileen Quinn. Mas simplesmente adooooro a música Tomorrow, a mais lembrada do musical da Broadway. Quando soube que só seriam exibidas cópias dubladas do filme, que estreia este fim de semana no Brasil, fiquei decepcionada. Pena. Edu Fernandes também não gostou. Veja a análise que ele fez do filme (e da dublagem), que ainda tem as participações de Cameron Diaz e Rose Byrne (e de um cãozinho fofíssimo).
Annie evidencia problemas da dublagem no Brasil
A adaptação do musical da Broadway Annie para a tela grande será lançada no Brasil exclusivamente em cópias dubladas. Por isso, é de se esperar que os trabalhos de adaptação e dublagem sejam bem realizados. Infelizmente esse raciocínio não foi levado adiante por conta de vícios do mercado brasileiro.
As canções que embalam a história da garota (Quvenzhané Wallis, de Indomável Sonhadora) que é abrigada por um rico empresário (Jamie Foxx, de Quero Matar Meu Chefe) não foram bem adaptadas. As letras em português carecem de melodia, o que leva a crer que pouco tempo e recursos foram dedicados para a tarefa de deixar as músicas cativantes.
Esse erro fica na conta do contratante, que precisa deixar de lado o pensamento de trabalho a toque de caixa, convocar os melhores letristas do mercado e dar-lhes o tempo necessário para que usem seu talento. Esses profissionais existem, ou não teríamos tantos bons musicais em cartaz nos teatros, ou animações como Festa no Céu.
Apesar da mesquinharia do contratante, os dubladores não estão imunes de crítica. A queixa de muitos atores é que o mercado de dublagem é extremamente fechado, quase em um esquema de panelinha. É fácil acreditar na denúncia ao perceber a repetição de vozes em tantos personagens por aí e ao ouvir dubladores que cantam mal em Annie. Em alguns momentos, dá para perceber o autotune no talo!
É uma pena que um filme com o potencial carismático grande seja sacrificado para que essas questões sejam explicitadas. Ao menos se espera que a experiência desastrosa traga aprendizados para o futuro.