Para quem não sabe, Liam Neeson nasceu na Irlanda. Vira e mexe ele filma por lá com temas que lhe são caros. É o caso , por exemplo, de Michael Collins: O Preço da Liberdade, de 1996, ou ainda, Rastros de Justiça, de 2010. Há pouco tempo estreou outro deles, Na Terra de Santos e Pecadores. Apesar de um gênero policial/ ação, é muito superior aos últimos filmes do gênero que o ator já fez. Foi inclusive exibido no Festival de Veneza, apesar de não na categoria principal. E além de uma trama interessante, ainda tem as belas paisagens da Irlanda.
A ação se passa nos anos 70, quando a violência do IRA assolava a Irlanda. Na esperança de deixar para trás o seu passado sombrio, o assassino Finbar Murphy leva uma vida tranquila em uma cidade costeira irlandesa, longe da violência política que assola o resto do país. Só que após um atentado que dá errado em Dublin, terroristas se escondem na pequena cidade. E quando Finbar descobre que um deles está fazendo coisas terríveis, ele resolve agir. O problema é que uma série de situações, faz com que ele deva escolher entre expor sua identidade e defender seus amigos e vizinhos.
O que achei?
É claro que a história não é nada original, mas tudo é feito com cuidado, e ainda com atores sensacionais. E o roteiro e a direção priorizam a apresentação dos personagens e seus motivos para fazer o que fazem. Com isso, fica possível que grandes atores como Kerry Condon ( de Os Banshees de Inisherim), Colm Meaney e Ciarán Hinds consigam desenvolver uma empatia com o público. Isso sem contar Jack Gleeson, o Joffrey de Game of Thrones, totalmente diferente do papel que o tornou famoso. Confesso que nem reconheci. E, claro, Liam Neeson está ótimo (ele é sempre um grande ator), trazendo grande humanidade para seu personagem. Adoro as cenas dele com Ciaran Hinds e os outros moradores locais.
O filme já começa com uma cena bem tensa, o atentado que dá errado. Há outros vários momentos de suspense. E, ao contrário de outros filmes do gênero feitos por Liam Neeson, não há certeza de quem irá sobreviver. É talvez o melhor filme do ator em tempos recentes.