Filme grego? Vi poucos, me lembro de clássicos como Nunca aos Domingos ou Zorba , o Grego (apesar deste ser uma produção americana, com diálogos em grego). Por isso fiquei interessada em ver a série grega O Maestro e o Mar, que está disponível na Netflix. Só que acabei nunca assistindo – sempre entrava alguma coisa na frente, rs. Mas meu amigo José Augusto Paulo assistiu, e o texto dele me deixou ainda mais interessada. Dê uma olhadinha:
O Maestro e o Mar
Embora tenha uma produção de filmes e series consideráveis, pouco das criações gregas aparecem disponíveis nos canais de streaming. Mas esta minissérie de muito sucesso no país de origem está disponível na Netflix por algum tempo e, motivado pelos comentários de amigos gregos decidi tentar.
A história em si não tem nada de excepcional. Mostra uma família disfuncional, que vive bem em local quase paradisíaco, e as dimensões de sua disfuncionalidade. O que mais gerou interesse na Grécia, entretanto, foi a presença de atores de, digamos, telenovelas, grandes beldades de uns 20 anos atrás. Estes agora interpretam papéis mais maduros (como Christopher Papakaliatis, Fanis Mouratidis e Maria Kavoyianni) . Há também a presença de uma das grandes cantoras locais, Haris Alexiou, em uma aparição como atriz a interpretar uma matriarca interessante, bem composta, uma mistura de sacerdotisa e bom vivant.
A história
A trama se desenvolve mais na bela ilha de Paxos (uma das conhecidas ‘ilhas dos ricos’, próxima a Corfu, mas com acesso limitado a turistas). Lá o prefeito Fanis (Fanis Mouratidis), candidato a reeleição, decide reviver um festival de música que aconteceu na ilha no passado. Para tal, ele convida o músico e maestro Orestis (Christopher Papakaliatis) sem saber que, no passado, ele teve um breve momento com a filha do prefeito, Klelia (a muy bella, mas chatinha, Klelia Andriolatou) e que esse reencontro acidental ‘reacendeu a chama’.
Em paralelo, a esposa do prefeito Sofia (Marisha Triantafyllidou) tem um caso que não se desenvolve com o médico da vila/cidade, Michalis (Antinoos Albanis). Só que ela não se decide a deixar o marido. Afinal, de certa forma, ela é sua cúmplice em negócios ilegais que ele pratica com a ajuda de Charalambos (Giannis Tsortekis) cujo filho, Spyros (Yorgos Benos) tem encontros esporádicos com o filho do prefeito Antonis (Orestis Chalkias) mas não quer assumir. Sentiram o emaranhado da história? Ainda tem outras variadas conexões. E outros crimes. É um suspense feito de forma interessante: em dado momento, em cada episodio, vemos cenas relativas a um assassinato. Mas só aos poucos vemos quem é, e só no final o como e o porquê.
E ainda…
Como era de se esperar a trilha sonora é bonita. A paisagem de Paxos, Corfu e Atenas ( onde fica o apartamento de Alexandra, vivida por Stefania Goulioti, assim como a casa, são belos de não se esquecer) são encantadoras. O drama é bem… grego. A fotografia usa e abusa das cores naturais, de um certo jogo de sombra e luz, e ajuda muito a entender a ação. Bem editada, a série me pareceu bem dirigida. Por tudo isso vale a pena. Mas, se puder, assista com o áudio em grego e legendas, porque a dublagem estraga muito do efeito dos diálogos.