Em 1994, Tom Hanks, Robin Wright e o diretor Robert Zemeckis fizeram história com Forrest Gump. 30 anos depois os dois se juntaram novamente com o filme Aqui, que estreia nessa quinta nos cinemas. Ele se baseia numa graphic novel de Richard McGuire, que tem um grande diferencial técnico. A câmera fica parada providenciando um único ponto de vista de uma sala de uma casa (ou no mesmo lugar mesmo antes da casa existir). É uma proposta ambiciosa e diferenciada. Eu gostei.
A história mostra diversas famílias ao longo de gerações, todas conectadas por este espaço tempo que um dia chamaram de lar. Com isso, Zemeckis usa esse espaço único para ilustrar as transformações ocorridas em diversas eras, desde os primórdios da humanidade. O foco principal fica em Richard (Tom Hanks) e Margaret (Robin Wright). Eles são um casal prestes a deixar o lar onde colecionaram uma emocionante jornada de amor, perdas, risos e memória, que transportaram desde o passado mais distante até um futuro próximo.
O que achei?
Assim como em Forrest Gump e outros filmes seus, Zemeckis usa e abusa de efeitos especiais e novas linguagens. Aqui ele usa muito a técnica do rejuvenescimento, com bons resultados, especialmente em Tom Hanks e Robin Wright. Assim é fácil acompanhar a história emocionante desse casal. Mas ele não usa a ordem cronológica. Zemeckis alterna passado, presente e futuro a todo o momento. Durante 1h30 você acompanha várias histórias emocionantes, dramáticas e algumas até divertidas. Na verdade, o filme me tocou ao acompanhar os caminhos simples de pessoas que deixaram sua marca naquele local.
É até desnecessário falar do trabalho de Tom Hanks e Robin Wright, dois os atores que mais admiro em Hollywood. Com ou sem efeitos especiais, eles são sempre superlativos. E como a gente acompanha as carreiras deles desde muito jovens através dos filmes , é sensacional como eles conseguem resgatar um estilo de atuação do passado. Também é preciso destacar os trabalhos de Paul Bettany e Kelly Reilly, estridentes para contrapor com Robin e Tom. E até o tom Lady Mary de Downton Abbey de Michelle Dockery ( num primeiro momento a reconheci pela voz).
Boa parte dos críticos norte-americanos não embarcou na história de Aqui. Acho que estavam um pouco mal-humorados. Eu achei lindo e emocionante. Mais um triunfo desse grande trio.