Quando era menina, era grande fã de novelas, depois fui perdendo o interesse. Acho que a última que realmente acompanhei foi Alma Gêmea, rsrs. É um formato que vem envelhecendo, e pelos números de audiência, muita gente vem desistindo de acompanhar. Muita gente vem preferindo acompanhar produções nacionais que podem ser chamadas de mininovelas/minisséries como Verdades Secretas ou Todas as Flores. E agora o MAX resolveu investir nesse caminho. Semana passada, estrearam os primeiros cinco capítulos (de um total de 40) de Beleza Fatal. Hoje (03) estreiam mais cinco, e assim por diante todas as segundas.
Sofia (Camila Queiroz) carrega uma dor profunda desde a infância, quando sua mãe foi injustamente presa, vítima de uma armação tramada por sua prima, Lola (Camila Pitanga). Acolhida pela família Paixão, liderada por Elvira (Giovanna Antonelli), Sofia encontra apoio na luta por reparação. Os Paixão também enfrentam sua própria tragédia: a filha Rebeca está hospitalizada após uma cirurgia plástica malfeita. Unidos pela dor e pela sede de justiça, Sofia e os Paixão tramam para derrubar Lola e os responsáveis por suas tragédias. No entanto, o reencontro de Sofia com um amor do passado a faz questionar até onde está disposta a ir para obter vingança.
O que achei?
A série é escrita por um novato no formato, Raphael Montes (Uma Família Feliz), com supervisão de Silvio de Abreu. A trama é novelesca raiz, uma mistura de drama mexicano e indiano. O ponto central é a ambição da vilã, e o desejo de vingança da jovem mocinha. Há cenas bem sensuais, e algumas bem dramáticas. O alívio cômico vem por parte de Camila Pitanga, que deita e rola como uma vilã cheia de ironia. Em alguns momentos é possível lembrar a persoagem mais famosa da atriz, a prostituta Bebel, de Paraíso Tropical . Há até uma boa piada na cena do casamento de Lola, que faz uma referência direta a Bebel – “Que boa ideia este casamento primaveril em pleno outono!”
Os quatro primeiros episódios mostram como aconteceu tudo que provocou o desejo de vingança de Sofia, bem como a forma como Lola conseguiu atingir seu objetivo. Camila Queiroz só assume o personagem no quinto episódio. Já Giovanna Antonelli faz a trambiqueira bondosa que acolhe Sofia quando pequena, depois que as duas passaram por grandes tragédias. Ela é sempre ótima e eficiente. Faz um bom par com Augusto Madeira, que deve ser o ator que mais trabalha no país, rsrs. Ele está em todas.
O elenco masculino já é bem mais fraco. Caio Blat continua péssimo como o médico rico. Marcelo Serrado se diverte como o médico canalha – canastrão ao extremo. E Murilo Rosa parece estar recitando todo o tempo como o médico bonzinho. A direção de arte é fraquinha, com aquele tipo de iluminação de novela mexicana, que não muda, rsrs. Mas, mesmo assim, a história de Beleza Fatal envolve. Dá vontade de ver os caminhos que esse dramalhão vai seguir.