Nickel Boys (também conhecido como O Reformatório Nickel) estreou nessa quinta na Prime Vídeo. Foi o último filme candidato ao Oscar de melhor filme que assisti (ele também concorre ao prêmio de roteiro adaptado) . Não é o tipo de filme que me atrai, e confesso que foi difícil de chegar até o final. Foram vários cochilos que me fizeram voltar de novo e de novo para ver o que tinha perdido.
Mas é claro que é preciso reconhecer o valor de Nickel Boys. Baseado num romance ganhador do prêmio Pulitzer, mostra a aliança entre Elwood e Turner. Eles são dois adolescentes afro-americanos que chegam em um brutal reformatório juvenil na Flórida no ápice da implementação das leis segregacionistas. A irmandade criada entre os dois forja um refúgio de esperança e carinho em meio aos horrores e às violências sofridas dentro e fora da detenção. Enquanto Elwood cultiva em Turner uma nova e mais otimista perspectiva do mundo, Turner conhece a realidade desse mundo bárbaro e ensina a Elwood os truques necessários para sobreviver. Tudo isso tendo como pano de fundo o iminente Movimento pelos Direitos Civis encabeçado por Martin Luther King, de um lado, e Malcolm X, do outro.
O que achei?
Além do assunto necessário e poderoso que mostra situações de preconceito e racismo, o filme recria um tempo difícil da história norte-americana. A direção também é um destaque. Alterna pontos de vista dos personagens de maneira bem inovadora , e além disso, usa cenas inesperadas para fazer uma ponte entre determinados momentos.
Mas é claro que admirar o esforço artístico, e também a história forte, não implica gostar do filme. Este tem seus problemas na própria forma de alternar pontos de vista. Ela pode ser confusa, apesar de inovadora. Além disso, a dita amizade de Truman e Elwood é pouco convincente. O roteiro também poderia ter sido enxugado e uma boa meia hora de suas 2h20 poderia ter sido eliminada para deixar a história mais redondinha. Em vários momentos, fiquei pensando se ele fosse contado de uma maneira mais tradicional, teria sido mais palatável.
No elenco o grande destaque é Aujanue Ellis Taylor como a avó de Elwood. Quando ela aparece, é impossível tirar os olhos da tela. Pena que não lembraram dela na Temporada de Premiações. De toda a maneira, Nickel Boys foi o filme que menos gostei entre todos os indicados ao Oscar.