Com certeza, essa edição do Oscar será inesquecível para muita gente – especialmente aqui no Brasil. Isso porque Ainda estou Aqui venceu o prêmio de filme estrangeiro. Mas também foi o ano também que a modinha de Anora se tornou a grande vencedora da noite. O filme ganhou cinco dos seis prêmios a que concorria. Entretanto, para mim, o pior de tudo foi ver a garotinha mediana Mikey Madison tirar o Oscar de quem merecia muito mais, Demi Moore e Fernanda Torres (até Cynthia Erivo). Fica aqui a sensação que Demi e Fernanda não teriam a “idade certa” para vencer. Entretanto, o Oscar tem dessas coisas. E todo ano deixa um gostinho amargo com algum resultado.
Homenagens
Fora isso, a premiação teve belos momentos de homenagens. Foi linda a abertura com cenas de filmes que se passam em Los Angeles. Gostei especialmente do número com Cynthia Erivo e Ariana Grande cantando Over the Rainbow e músicas de Wicked. Teve ainda o In Memoriam, que foi bem longo. Teve a homenagem a Quincy Jones, com direito a número musical com Queen Latifah cantando uma canção de O mágico inesquecível (eu teria escolhido outra canção). E ainda a homenagem a 007, com Lisa cantando Live and Let Die, Doja Cat cantando Diamonds are Forever e Raye interpretando Skyfall. Foi uma visível tentativa da Academia de atrair um público mais jovem, e também de dizer que 007 praticamente acabou após a Amazon assumir o controle da franquia.
Conan e aparições
Houve algumas deliciosas participações especiais, como Mark Hamill, a sumida Daryl Hannah, Quentin Tarantino, e especialmente Billy Crystal e Meg Ryan, que entregaram o prêmio de melhor filme. Mas foi difícil aguentar as piadinhas sem a menor graça de Conan O’Brien, talvez o pior apresentador que o Oscar já teve.
Os discursos
Kieran Culkin fez um discurso divertido sobre uma conversa com a mulher, que lhe disse que só teriam mais um filho quando ele ganhasse o Oscar – e agora iria cobrar a promessa. Zoe Saldana e Adrien Brody se emocionaram, com discursos longos e onde falaram sobre preconceito e racismo. Paul Tazewell, que ganhou Oscar pelo figurino de Wicked, também emocionou a todos mencionando que era o primeiro homem negro a receber o prêmio nessa categoria. E, claro, Walter Salles agradece a Eunice Paiva, Fernanda Montenegro e Fernanda Torres ao receber o prêmio de Ainda estou Aqui.
No final, a cerimônia teve bons momentos, e as vitórias de Ainda estou Aqui ,e também de Flow, que adorei, nos trouxeram sorrisos no rosto. Mas, em geral, foi bem mediana, exatamente como Anora.
Os vencedores
Filme – Anora
Atriz – Mikey Madison/Anora
Ator – Adrien Brody/ O Brutalista
Atriz coadjuvante – Zoe Saldana/ Emilia Perez
Ator coadjuvante – Kieran Culkin/ A Verdadeira Dor
Direção – Sean Baker/ Anora
Roteiro Original –Anora
Roteiro Adaptado – Conclave
Canção – El Mal/ Emilia Perez
Efeitos Visuais – Duna Parte 2
Som – Duna Parte 2
Animação – Flow
Filme estrangeiro – Ainda Estou Aqui
Figurino – Wicked
Fotografia – O Brutalista
Design de Produção – Wicked
Cabelo e Maquiagem –A Substância
Montagem – Emilia Perez
Trilha Sonora – O Brutalista
Documentário Curta – The Only Girl in the Orchestra
Documentário – No Other Land
Curta de Animação – In the Shadow of the Cypress
Curta Metragem – I’m not a Robot
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