A gente sabe que Robert de Niro tem um fascínio por histórias de Máfia. Algumas de suas grandes interpretações no cinema foram de mafiosos. É só lembrar de Cassino, Os Bons Companheiros, O Irlandês, e claro, O Poderoso Chefão – Parte 2. E agora ele vem com mais um, ou melhor dois (já que ele faz dois papéis) em The Alto Knights: Máfia e Poder, que estreia essa semana nos cinemas. A direção é de Barry Levinson, e eu gostei muito do filme, apesar de um pequeno problema.
A história do filme se baseia em fatos e personagens reais. Ele acompanha a disputa pelo controle das ruas de Nova Yorque por dois dos mais notórios chefes do crime organizado da cidade, Frank Costello e Vito Genovese (ambos feitos por De Niro). Outrora melhores amigos, eles agora são rivais. E ciúmes mesquinhos e uma série de traições os colocam numa rota de colisão fatal que vai transformar a Máfia (e o país) para sempre.
O que achei?
Barry Levinson já tinha feito um filme famoso sobre mafiosos muito bom chamado Bugsy lá nos anos 90. Naquele filme, ele já tinha abordado as histórias de Vito e Frank, mas como coadjuvantes. Aqui, a história dos dois é o tema principal. E Levinson conta de maneira envolvente como os dois melhores amigos se tornaram inimigos, numa situação que envolveu até uma tentativa de assassinato. O roteiro se apega principalmente nas maneiras em que ambos tentavam se manter como o rei da máfia, desde o período da Lei Seca até o fim dos anos 50. O filme se passa em vários tempos diferentes que se intercalam para explicar melhor toda essa estrutura mafiosa. Frank é o narrador, o que ajuda bastante também.
Tudo é feito com grande perfeição, desde a reconstituição de época, passando pela fotografia e trilha sonora. Ainda é impressionante a parte técnica que faz com que De Niro contracene consigo mesmo. A gente já viu isso em um monte de filmes. Mas há uma cena em que eles se encontram do lado de fora do bar, entram, e se sentam, passando um pelo outro, que imagino que deva ter sido especialmente difícil de resolver. E também é preciso ressaltar o trabalho de De Niro. Ele imprime diferenças claras entre Vito e Frank. É claro que a maquiagem pesadíssima é o problema de tudo porque há momentos em que ela distrai. Mas a expressão corporal, a forma de falar, e o jeitão de De Niro são totalmente diferentes em cada um deles.
Barry Levinson e De Niro já fizeram vários filmes juntos, entre eles os ótimos O Mago das Mentiras e Mera Coincidência. Alto Knights: Máfia e Poder está entre seus melhores trabalhos.
