Todos os dias, dou uma olhadinha em quem são os atores aniversariantes do dia. Hoje, 31 de maio, é o aniversário de Clint Eastwood, que completa 85 anos. É claro que me senti tentada a falar deste homem que tem talento de sobra ainda hoje como diretor, ator, além de uma história muito rica com vários momentos de reinvenção. Mas achei que todos os sites especializados iriam mencionar o assunto. Por isso resolvi seguir outro caminho e homenagear aqui uma atriz de quem muita gente não gosta, mas que eu admiro. Brooke Shields faz hoje 50 anos!
Em tempos de internet, de jovens modelos e das Kardashian desnudando sua vida na frente das câmeras, é incrível pensar no impacto que teve a aparição de Brooke Shields, aos 12 anos, em Pretty Baby: Menina Bonita. A história se passava no início do século 20 e mostrava uma prostituta (Susan Sarandon), que resolve leiloar a virgindade de sua filha, antes de fugir e abandoná-la por lá. Logo, Brooke estava nas capas de todas as revistas, frequentava todas as festas, sempre acompanhadas de sua super-mãe, Teri Shields. Aliás, recentemente, Brooke publicou um livro sobre a relação com a mãe, chamado There was a little Girl; The Real Story of my Mother and Me, que o querido Rubens Ewald Filho me deu de presente. Nele, a atriz descreve a relação com a mãe, que era alcoólatra e que se envolvia em toda e qualquer decisão de Brooke. É um livro emocionante, um relato dolorido sobre uma família disfuncional. Pena que por enquanto só está disponível em inglês.
Para mim e para todos que cresceram nos anos 80, dois filmes de Brooke são inesquecíveis e marcantes: A Lagoa Azul e Amor sem Fim. Falam sobre o amor de dois jovens e, na época, eram o máximo. Pena que no cinema , ela nunca mais conseguiu sucesso igual.
Depois de ir para a universidade, ela chegou a fazer algumas participações em séries de TV. O episódio em que apareceu em Friends, em 1996, The One After the Superbowl – Parte 1, foi uma das maiores audiências da história da série. Essa visibilidade lhe deu a oportunidade do papel principal na série de comédia Suddenly Susan, que durou de 1996 a 2000,que lhe valeram duas indicações ao Globo de Ouro. Esse reconhecimento foi muito importante para Brooke já que, no início da carreira, ganhou vários Framboesas de Ouro, como pior atriz do ano. Foram tantos que ela chegou a ser finalista de a pior atriz do século, mas “perdeu” para Madonna.
Depois ela fez ainda a série Lipstick Jungle, que durou duas temporadas. Mas para os mais novos, ela é mais conhecida como a mãe de Hannah Montana, que ela personificou tanto na série como em Hannah Montana-o Filme. Após a série The Army Wives, ela ainda fez participações em The Middle (foto) e em O Show de Michael J. Fox, que só durou uma temporada.
Ela tem tido oportunidades melhores no teatro. Começou com Grease em 1994, onde foi um ótima Rizzo. Depois vieram Cabaret(2001), Wonderful Town (2004), Chicago (2005) e A Família Addams (2011) na Broadway. Fez também Chicago em Londres. Um longo mas interessante caminho para aquela que estourou fazendo um comercial dos jeans de Calvin Klein aos 15 anos onde dizia ” Não há nada entre a minha Calvin e eu”
Na vida pessoal, depois de namoros com Michael Jackson, Dean Cain e Liam Neeson, ela se casou com Andre Agassi, que aliás foi bem pouco elegante com Brooke em sua autobiografia. Cheguei a conclusão, depois de ler o livro, que ele era um ótimo tenista mas com certeza devia ser uma homem insuportável. Ela está casada desde 2001 com o roteirista Chris Henchy, pai de suas duas filhas. É interessante que Brooke se tornou porta voz de mulheres que, como ela, sofreram de depressão pós-parto. Isso motivou até uma discussão pública com Tom Cruise, que condenou-a publicamente por usar um antidepressivo para superar o problema. Ela respondeu de uma maneira elegante que me fez admirá-la ainda mais: “Tom Cruise deveria continuar combatendo os aliens (referência ao filme Guerra dos Mundos) e deixar as mães decidirem a melhor maneira de cuidar de seus problemas”
Perfeita! Parabéns, Brooke!