Lembro-me quando Up – Altas Aventuras me emocionou logo nas primeiras cenas. Divertida Mente vai pelo mesmo caminho. Não nas primeiras cenas, mas em determinados momentos tão bonitos, que lembram os grandes clássicos do estúdio como Toy Story, Monstros S.A., Wall-E e, é claro, Up. Divertida Mente estreia esta semana nos cinemas e deve levar multidões aos cinemas. Não sei se as crianças menores vão embarcar, mas adultos e as maiores vão com certeza se identificar com o tema.
A história parte da ideia da curiosidade que todos têm sobre o que se passa na cabeça de uma pessoa. Assim o filme imagina que há um centro de controle que se localiza dentro da mente de Riley, uma garota de 11 anos, que abriga cinco emoções que trabalham arduamente. Elas são lideradas pela otimista Alegria, cuja missão é garantir que Riley esteja sempre feliz(mesmo). O Medo cuida da segurança, o estourado Raiva garante que sempre haja justiça (mesmo) e a Nojinho evita que Riley seja envenenada — física e socialmente (sob o seu ponto de vista exagerado). A Tristeza não tem muita certeza sobre qual é o seu papel, e sinceramente, ninguém tem.
Quando a família de Riley se muda para uma nova cidade assustadora, as emoções entram em ação, ansiosas para ajudá-la na difícil transição. Mas quando a Alegria e a Tristeza são levadas por acidente para as profundezas da mente de Riley — levando com elas algumas de suas principais lembranças — o Medo, o Raiva e a Nojinho assumem, relutantemente, o comando. A Alegria e a Tristeza precisam se aventurar em lugares desconhecidos —Memória de Longo Prazo, Terra da Imaginação, Pensamento Abstrato e Produções de Sonhos (parece complicado mas não é) — em um esforço desesperado para retornar ao centro de controle, e evitar que Riley faça algo que não deve.
Com certeza, o filme deverá ser um forte concorrente ao Oscar do ano que vem na categoria. Não só porque a história é intrigante e diferente como também há momentos de inovação na própria linguagem da animação. É claro que há alguns momentos que poderiam ter uma edição um pouco mais rápida, mas isso acaba sendo irrelevante diante do resultado final.
Eu assisti o desenho legendado. Pena que não há essa opção disponível nos cinemas. O trabalho de Amy Poehler como a voz de Alegria é provavelmente a melhor interpretação de sua carreira. Mas a Disney, que é dona da Pixar e está lançando o filme por aqui, contratou vários famosos para fazer a dublagem dos personagens: Miá Mello, Léo Jaime, Katiuscia Canoro, Otaviano Costa, Dani Calabresa e Sidney Magal (um caso de casting perfeito como o píloto brasileiro).
Uma coisa é certa. Divertida Mente é para ficar na história da animação. E não só da Pixar !