Gosto da trilogia de O Senhor dos Anéis, mas sempre achei Frodo um personagem chatíssimo que empacava a narrativa. Quando O Hobbit – Uma Jornada Inesperada estreou, fiquei curiosa (não li os livros!). Achei que era um belo filme, o personagem Bilbo era muito interessante e o rei dos anões tinha uma dualidade e charme providenciados pelo ator Richard Armitage. Mas você também sentia o problema de um roteiro repetitivo, especialmente nas cenas entre Bilbo e Gollum nas cavernas. Gollum é um personagem popular, mas sua participação foi estendida demais na ocasião.
Agora, com O Hobbit: A Desolação de Smaug é diferente. O filme, que tem estreia simultânea mundial, é muito mais “redondo”. Ele tem 161 minutos, mas você não sente que ele é longo. O roteiro bem amarrado já começa explicando porque os anões precisavam de um ladrão no grupo através de uma conversa entre Thorin e e o mago Gandalf. Ele teria que roubar uma pedra que será muito importante na recuperação do reino que hoje é dominado pelo dragão Smaug.
Eles ainda passam por várias aventuras, fugindo de um lobo gigante e aranhas assustadoras (veja o filme em 3D. Aqui faz toda a diferença). Até serem aprisionados pelos elfos, o que provoca o reencontro do público com uma figura conhecida: Legolas (novamente interpretado por Orlando Bloom). E aqui também são apresentados o pai de Legolas, Thranduil (Lee Pace) e principalmente Tauriel (Evangeline Lily, de Lost). Aí as meninas levantam as mãos para o céu e dizem : Até que enfim temos uma heroína no universo dos filmes sobre os livros de Tolkien!!! Ela está ótima, prendendo, saltando, batendo e fazendo parte de um triangulo amoroso. O personagem não existe nos livros, foi criado especialmente para o filme e faz a diferença.
A fuga dos anões graças a Bilbo e ao anel acontece com uma das cenas mais incríveis do filme. Dentro de barris, seguindo as corredeiras, a cena quase matou de verdade o ator Richard Armitage. Mas a sequencia ficou incrível. Ação constante e várias coisas acontecendo ao mesmo tempo num ritmo frenético.
Outro ponto alto é a chegada a Laketown, onde começa a participação do Bardo (Luke Grimes de Fúria de Titãs). Fantástica cenografia, que deixou a cidade parecida com uma Veneza da Terra Média. Muita ação e perseguições acontecem até que os anões finalmente chegam a seu objetivo e encontram o dragão Smaug, um primor de efeitos especiais. E um primor de talento também. Com a voz de Benedict Cumberbatch, o filme tem uma atração especial para os fãs de Sherlock Holmes, da BBC, reunindo Holmes e Watson (Cumberbatch e Martin Freeman) no momento do encontro entre Bilbo e Smaug.
No final, o diretor Peter Jackson deixa o convite para o último filme desta parte da saga que terá o curioso título O Hobbit: Lá e de Volta outra Vez e estreará em dezembro de 2014. Ou seja, depois desta ótima aventura, você já está fisgado para o próximo ano.