Hoje, 13 de julho, faz dois anos que Cory Monteith, o astro de Glee, se foi de uma maneira tão chocante. Ele tinha somente 31 anos e foi encontrado sozinho num quarto de hotel, já morto por overdose. Estava no auge da carreira, era o personagem principal de uma série de sucesso, namorava sua colega de elenco e parecia apaixonado. Em todas as entrevistas, passava a imagem de um bom menino, um pouco tímido até, mas sempre simpático. Que tristeza! Que desperdício!
Dois anos depois, Glee não existe mais. Seu final foi melancólico. Parecia que ninguém, nem o elenco, nem o público, conseguia atuar e assistir a série sem a sua presença. Foram feitas várias homenagens a ele. As maiores foram duas: uma logo após sua morte, no episódio The Quarterback, e a outra, a primeira parte do final, onde vemos tudo o que teria acontecido fora das câmeras do episódio piloto. Os atores estavam todos lá, atuando como se sete anos não tivessem passado. Menos um, Cory, apesar do personagem Finn Hudson estar presente todo o tempo fora da visão do público. Um belo momento criado para homenagear todos aqueles que estiveram envolvidos com Glee em algum momento. O final, com o número musical I Lived, se tornou triste, mas mesmo assim inesquecível.
A seguir está o artigo que escrevi naquele triste domingo, dia seguinte à morte de Cory. O sentimento continua o mesmo.
CORY MONTEITH – TRISTEZA NO ADEUS A UM ATOR FANTÁSTICO
Há cerca de duas semanas, pensei em uma ideia para uma matéria. Seriam os meus premiados para os melhores do ano nos seriados. Escreveria uma semana antes que as indicações do Emmy fossem anunciadas. Ainda não tinha naquele momento alguns dos “premiados”. Mas já sabia quem indicaria como o melhor ator de comédia/musical: Cory Monteith, por sua atuação em Glee. Sabia também que muitos colegas críticos torceriam o nariz para a escolha. Mas sua atuação como Finn Hudson no seriado na difícil quarta temporada havia sido tão real, tão doce e tão sincera, que não conseguia pensar em outro ator que tivesse me impressionado mais.
Na manhã de domingo, quando vi a notícia sobre a morte absurda do ator em um quarto de hotel, sozinho em Vancouver, no Canadá, não pude deixar de sentir uma tristeza incrível. Algo como quando você perde um amigo, uma pessoa doce e próxima.
Monteith teve problemas com drogas desde sua pré-adolescência. Foi internado pela família e conseguiu superar por algum tempo seus problemas. Fez vários trabalhos braçais antes de investir em sua carreira de ator e começar a conseguir pequenos papéis em filmes, como Premonição 3, e seriados. Esteve em Smallville e Supernatural até conseguir um personagem mais importante na série Kyle XY.
Ele fazia ainda parte de uma banda, onde era baterista. E quando participou dos testes para o papel de Finn Hudson em Glee, Cory resolveu tentar uma coisa diferente. Enviou um vídeo onde ele tocava uma “bateria” de tuperwares, copos e pratos. A estratégia deu certo. Ao ser chamado para um segundo teste em Los Angeles, foi treinando no carro para cantar pela primeira vez. A música do teste foi Honesty, de Billy Joel. De todos do elenco de Glee, Monteith era o único que foi contratado sem ter experiência como cantor.
Foi uma grande audácia do produtor Ryan Murphy. Afinal, Finn era o personagem principal de Glee. E toda a história começa com o professor Will Schuster (Matthew Morrison) ouvindo o quarterback Finn cantando no chuveiro, trazendo-o, sob protesto, para o coral New Directions. Durante três temporadas, acompanhamos Finn e o New Directions lutando, ganhando, perdendo e passando pelas mais diversas experiências. E, é claro, nos apaixonamos por ele. Mesmo já tendo 10 anos mais que seu personagem, Cory convencia plenamente como o adolescente confuso cujo pai morreu na guerra, é enganado pela namorada popular e se apaixona pela colega Rachel Berry (Lea Michelle).
O romance entre Finn e Rachel, com todas as suas idas e vindas, se tornou um dos pontos altos de Glee. Especialmente pela química entre os dois atores. Os personagens se tornaram tão populares que logo se tornaram um só: Finchel. Por isso, nada mais natural que os fãs enlouquecessem quando os dois atores assumiram o romance na vida real. Parecia que tudo estava perfeito.
Nem tanto. Durante a quarta temporada, Finn e Rachel se separaram. Mas todos os fãs ficaram esperando a reconciliação que, em tese, deveria acontecer nos últimos episódios. Mas, para grande surpresa de todos, Cory Monteith anunciou que não participaria dos dois episódios finais da temporada para se internar em uma clínica de reabilitação para se recuperar de seu vício de drogas. Todos os fãs enviaram mensagens de suporte para ele e para Lea. E esperavam que tudo se resolveria. Cory iria se recuperar e voltaria na temporada seguinte. No dia 27 de julho, o canal Fox exibiu o último episódio que tem a participação de Monteith: Sweet Dreams. E que episódio emocionante! Além de um diálogo entre Finn e Rachel pelo telefone, vemos pela última vez o New Directions original cantando Don´t Stop Believing.
Há cerca de duas semanas foram divulgadas as fotos promocionais da nova temporada e Cory parecia bem. Assim como num evento oficial em que estava ao lado de Lea e agradeceu ao apoio dos fãs.
Com a morte de Cory, ficamos tristes. Perdemos um excelente ator e um homem muito doce (assista as diversas entrevistas disponíveis no YouTube e principalmente o episódio de Inside Actor’s Studio com o elenco de Glee).Os fãs perderam Finn Hudson e Finchel. Glee nunca mais será a mesma coisa. Nem nós, os fãs.
Eliane Munhoz – 14/07/2013