Num primeiro momento, Irmãos de Honra parecia ser uma versão histórica de Top Gun: Maverick. Sim, o filme tem belas cenas de voo, mas não é isso. Depois parecia um drama de guerra, mostrando um momento da história americana que a gente pouco conhece, a Guerra da Coréia. Tem muito disso sim, mas na verdade, o filme, que estreia nessa quinta nos cinemas, é sobre amizade. Sobre duas pessoas muito diferentes, mas que acabam se tornando parceiros e amigos até o fim. É uma bonita história. Mesmo com quase duas horas e meia, flui bem, e deixa você emocionado com essa história real.
O roteiro se baseia no livro de Adam Makos, Devotion: An Epic Story of Heroism, Friendship, and Sacrifice. Ele mostra a história verdadeira de Jesse Brown (Jonathan Majors). E também sua amizade com Tom Hudner (Glen Powell, também produtor). Os dois são aceitos em um esquadrão de elite da Marinha norte-americana, para treinamento. Hudner é um soldado impecável, e Brown é um piloto talentoso, que se tornaria o primeiro homem negro a voar em combate pela Marinha dos Estados Unidos. No esquadrão VF-32, eles serão levados ao limite para se tornarem os melhores pilotos. Isso enquanto formam uma forte amizade, que será testada no campo de batalha da Guerra da Coréia.
O que achei?
Para quem gostou das cenas aéreas de Top Gun: Maverick, Irmãos de Honra tem suas similaridades, mas também várias diferenças. Tem as sequências no ar e também todo o nervosismo do cockpit. Mas o principal é que mostra a importância da relação do piloto com o seu wingman. E com isso, Irmãos de Honra faz um belo balanceamento entre ação e estudo de personagens.
Jonathan Majors tem mais um belo momento como Jesse Brown. Ele mostra a sua maneira de lutar contra o racismo numa época muito difícil, 1950. Faz sentir cada segundo do sofrimento pelo qual passou até chegar nesse lugar onde realiza seu grande sonho. Já o personagem de Glen Powell traz um pouco a visão do público. Uma curiosidade, uma empatia e a menor ideia que pode estar fazendo algo que prejudica o companheiro. Ambos estão sensacionais. Majors tem um estilo que parece que vai explodir a qualquer momento. Já Powell parece que nem sua, rsrs. O contraponto dos dois é sensacional.
Mas há um outro destaque. É Christina Jackson, que faz a mulher de Jesse Brown, Daisy. Ela imprime um força e uma doçura que a gente normalmente não vê em personagens de “esposa de guerra”. O bom elenco ainda tem a participação interessante de Thomas Sadoski, e de Serinda Swan como Elizabeth Taylor. Sim, porque a história verdadeira do encontro dos soldados com Elizabeth é mais um charme desse lindo e emocionante filme.