Grandes autoras do passado já ganharam interessantes e belas versões de suas vidas para o cinema e para o streaming. Geralmente, elas tem uma tragédia romântica que ajudam a moldar suas criações literárias. É o caso de Entre Dois Amores (Netflix), Amor e Inocência, Miss Potter (os dois infelizmente indisponíveis no streaming). E agora está chegando outro belo filme do gênero, chamado Emily. Conta a história da escritora de O Morro dos Ventos Uivantes, Emily Bronté. É na verdade uma história de determinação, amor, e família. Passou no Festival de Toronto, e estreia nessa quinta por aqui. Vale ver no cinema!
Nascida na Inglaterra no ano de 1818, Emily Bronté escreveu O Morro dos Ventos Uivantes, que, apesar de ter vendido apenas duas cópias enquanto a autora ainda era viva, se tornou um dos maiores clássicos da literatura. Inclusive marca presença na lista de livros mais vendidos anualmente até os dias de hoje. O mundo quer que ela seja quieta e obediente, mas Emily (Emma Mackey) tem uma imaginação forte e uma voz que anseia por ser ouvida. Ela se recusa a fazer o que esperam dela. E acaba vivendo um amor doloroso e proibido com Weightman (Oliver Jackson-Cohen, de O Homem Invisível) .
O que achei do filme?
Pouco se sabe da vida da escritora. Dessa forma, tudo que se passa no filme é uma imaginação do que poderia ter acontecido. Inclusive o romance com Weightman. O roteiro e a direção são da atriz Frances O’Connor, de quem alguns podem se lembrar dos filmes Palácio das Ilusões e da série Locke & Key. Ela se sai extremamente bem em sua estreia como diretora. O filme é lindo de ver, com fotografia, figurino e trilha sonora perfeitos. O roteiro também é eficiente em mostrar como Emily era uma mulher especial.
A sensualidade e a paixão estão sempre presentes entre Emily e Weightman. E isso se deve muito à força de seus atores. Emma Mackey e Oliver Jackson-Cohen estão apaixonantes em seus papéis. Emocionantes. A família Bronte também tem atuações sensacionais. Como Charlotte, Alexandra Dowling consegue imprimir o amor e a inveja que tem da irmã. E a química dos irmãos com Emily e Branwell (Fionn Whitehead) tem seu ápice numa sequência maravilhosa Onde eles falam da liberdade em pensamento. Dá vontade de levantar e aplaudir. Aliás, uma sensação que permanece até o seu final.