Quando fui assistir ao filme Cidades de Papel, que estreia esta quinta –feira (9) nos cinemas, havia apenas começado a ler o livro. Ainda estava envolvida na noite de aventuras de Quentin e Margo, o casal principal, que acontece logo no início. Minha expectativa para o filme era de uma bela história de amor, parecida com a adaptação anterior do livro de John Green, A Culpa é das Estrelas, mas sem a doença. Só que Cidades de Papel não é nada disso. Fiquei até meio chocada no final, pois o filme não era nem um pouco o que eu esperava.
Mas isso não quer dizer que o filme não é bom. Pelo contrário. Cidades de Papel é na verdade uma história sobre amadurecimento e sobre a importância da amizade. Começa centrada em Quentin e em sua vizinha, Margo, que gostava tanto de mistérios, que acabou se tornando um. Depois de levá-lo a uma noite de aventuras pela cidade, Margo desaparece, deixando para trás pistas que Quentin acredita que deve decifrar. A busca o coloca (e a seus amigos) em uma jornada cheia de descobertas e desafios por lojas abandonadas, armazéns vazios e cidades de papel
O autor John Green deixou claro seu amor especial por essa história, que foi o primeiro livro que publicou. E, com certeza, baseada na incrível recepção que os fãs lhe deram durante sua passagem pelo Rio de Janeiro, o filme deve ter uma boa carreira nos cinemas. Provavelmente não terá o resultado de A Culpa é das Estrelas (não é para chorar). Mas é um daqueles filmes que ilustra perfeitamente o momento da passagem que faz parte do crescimento. Algo na linha de Clube dos Cinco, Conta Comigo, A Garota de Rosa-Shocking e até o recente Boyhood – Da Infância à Juventude. E nessa linha, é bonito e bem-sucedido.
https://www.blogdehollywood.com.br/cinema/as-conversas-com-john-green-e-nat-wolff-no-rio-de-janeiro/
Nat Wolff (Quentin) está tão bem aqui como quando marcou fazendo Isaac, em A Culpa é das Estrelas. Como disse meu amigo, o crítico Rubens Ewald Filho, ele parece um pouco o personagem de Dustin Hoffman em A Primeira Noite de um Homem. A possibilidade da descoberta e o fascínio pelo perigo de uma parceira mais experiente estão perfeitamente descritos em seu olhar. Já minha grande e bem-vinda surpresa foi Cara Delevingne, em papel que foi oferecido originalmente para Shailene Woodley. Ela não aparece muito, já que Margo fica boa parte do filme sumida. Mas para quem acompanha há algum tempo sua carreira de modelo, com fotos super-produzidas e glamorosas, é incrível vê-la como uma garota de 18 anos ainda com o jeito e os trejeitos comuns da idade. Uma interessante descoberta!
Para os que leram o livro, o filme tem um tom diferente. Mais “feliz”, pode-se dizer. Aliás, ele tem bons momentos divertidos, especialmente em uma participação surpresa e muito especial que vai fazer as meninas delirarem numa determinada cena. O próprio autor declarou que acha até a resolução do filme melhor. Eu concordo com ele. Você acaba saindo do cinema com a sensação boa de que tudo vai acabar bem.
Eu estive na pré-estreia global do filme e consegui falar com fãs, famosos e, claro, com “o cara”, John Green! Dê uma olhada na matéria que será exibida no programa ShowVip, apresentado por Fernando Joly, neste fim de semana. Eu adorei a experiência!!