Geralmente não gosto de escrever sobre filmes que acho ruins. Sempre acreditei que por mais que o filme não funcione sob o meu ponto de vista, sempre terá alguém que pode ter até a capacidade de gostar. E uma análise negativa (odeio a palavra crítica) acabaria afastando quem, numa outra situação, poderia até ter prazer em assistir. Mas no caso de Bata Antes de Entrar, que estreia esta semana nos cinemas, resolvi escrever assim mesmo. Pois ele é tão incômodo, tão longe de algo aceitável, e a violência é tão gratuita…
O filme conta a história de um ex-DJ, hoje arquiteto, que resolve ficar em casa para trabalhar enquanto a família vai viajar no feriado. Bem casado e pai de dois filhos, Evan está em casa quando ouve uma batida na porta no meio de uma tempestade. Duas mulheres com pouca roupa dizem que estão perdidas e pedem ajuda. Depois de muito tentar, acabam conseguindo seduzi-lo. Só que a noite muito louca terá um preço. Elas vão fazê-lo passar pelas mais degradantes situações que colocam em perigo a própria vida do arquiteto.
Aí é que começa o problema. O que poderia ter seguido um caminho de thriller erótico (lembra de Garotas Selvagens?), acaba desbancando para uma violência gratuita, com um excesso de burrices do personagem principal, difíceis de engolir.
Eu gosto de Keanu Reeves, apesar de suas limitações como ator. Só que elas (as limitações) nunca estiveram tão evidentes como aqui. Se não fosse digno de pena, seria risível. O jeito é esperar pela já aprovada sequência de De Volta ao Jogo, onde ele pelo menos não se leva a sério.
Não conheço muito a obra do diretor Eli Roth. Lembro-me de ter visto somente O Albergue, que também achei incômodo. Mas aqui é perceptível a sua falta de habilidade para lidar com a ausência do terror. Se ao menos as duas garotas virassem bruxas (ou vampiras)…Rs.
Uma curiosidade: Coleen Camp, que faz uma participação com a massagista, e Sondra Locke são produtoras. As duas estrelaram Death Game, em 1977, no qual Bata Antes de Entrar é baseado. E também era bem ruim.