Eu não vejo boa parte dos filmes nacionais que estreiam no cinema e no streaming. Afinal, o Blog é de Hollywood! Mas, ocasionalmente, vejo alguns. Um deles foi O Palestrante, que estreia nessa quinta-feira nos cinemas. A produção foi filmada em 2018, e com a pandemia, acaba chegando somente agora. Mas, o tempo não o prejudicou. O filme é uma comédia romântica que com certeza fará todo mundo se divertir. Eu embarquei totalmente.
Guilherme (Fábio Porchat) é um contador sem perspectivas que acaba de ser demitido e abandonado pela noiva. É quando ele tem que viajar para o Rio de Janeiro com o objetivo de resolver pendências da empresa que o demitiu. Sem encontrar um rumo na vida, ele resolve trocar de lugar com outra pessoa. Em um impulso de quem não tem nada a perder, assume o lugar do tal Marcelo. O que ele não sabe é que se trata de um palestrante motivacional contratado para animar os funcionários da empresa de Denise (Dani Calabresa). Guilherme tem que colocar todos pra cima, mas talvez ele também precise desse novo Marcelo para mudar de vida. E ao tomar seu lugar, ele vai tentar achar uma razão própria para viver.
O que achei de O Palestrante?
É preciso avisar, claro, que o filme não tem nada de especial. Mas em sua simplicidade diverte, e entretém. É muito mais do que a maioria dos filmes que a gente vê hoje em dia. Fabio Porchat, além de ator principal, é também roteirista, juntamente com Cláudia Jouvin. O foco das piadas é obviamente essa vida de palestrante. Aquelas frases de efeito, os joguinhos bobos – bem, todo mundo que já participou de um negócio “motivacional” desses sabe o quão ridículo pode ser, rsrs (agora eu vou ser cancelada porque disse isso, rs).
Só que O Palestrante não ofende ninguém. Mostra como todo mundo quer mudar um pouco sua vida. Guilherme quer fazer coisas diferentes, Denise quer que as pessoas gostem dela. Isso sem contar o trio de funcionários feitos por Miá mello, Otávio Muller (ótimo) e Paulo Vieira. Mas quem rouba a cena mesmo é Antonio Tabet como o motorista ogro. Ele tem as melhores piadas, e a partir do momento em que se junta com Maria Clara Gueiros, a coisa fica ainda mais divertida. Inclusive com o ápice no terceiro ato, quando todos os conflitos se desenrolam.
Fabio Porchat é sempre uma figura carismática e divertida. Funciona muito bem como Guilherme. Conheço pouco a carreira de Dani Calabresa, mas aqui ela tenta algo diferente, sem ser especialmente engraçada. Ás vezes funciona, outras não. Mas a verdade é que no final, O Palestrante é uma comédia tão simpática, que você nem vai prestar muita atenção em um errinho aqui, outra acolá. É só deixar rolar e se divertir.
*as fotos de cena são de Ique Esteves