Eu adoro os filmes baseados em obras de Jane Austen. Orgulho e Preconceito, Razão e Sensibilidade, Persuasão, Emma, até o mais fraquinho deles, Palácio das Ilusões (que era o único livro da autora que não havia lido, mas já comecei). Só que não conhecia, nem havia ouvido falar de Lady Susan, uma novela que somente foi publicada após a sua morte. Lady Susan é uma história completamente diferente dos demais livros de Jane Austen. Foi escrito antes de seus grandes sucessos, mas o que parece é que Jane Austen deve ter se arrependido de ter criado uma personagem tão maquiavélica, e mesmo assim tão fascinante. Por isso nunca o enviou para ser editado. A versão desse lado desconhecido da autora chegou agora ao cinema em Amor e Amizade, que estreou em algumas salas e merece ser conhecida.
O filme já começa no século 18, quando vemos Lady Susan (Kate Beckinsale, que substituiu Sienna Miller) fugindo de uma casa. Viúva há poucos meses, ela se entregou aos prazeres da vida, mas com o risco de um escândalo, ela pede abrigo ao seu cunhado e parte para uma temporada na propriedade da família, Churchill. Lá começa a desenvolver mais um de seus planos, dessa vez para envolver e conquistar o jovem Reginald De Courcy (Xavier Samuel, que você vai reconhecer como o Riley de Eclipse), para o desespero de sua cunhada. Só que quando a filha de Lady Susan, Federika aparece no local depois de fugir da escola, os seus planos são colocados em perigo.
O filme tem várias caras conhecidas das séries inglesas (o melhor deles é o hilariante Tom Bennett) mas é o roteiro que chama a atenção. Desde o primeiro momento com a forma de apresentar os personagens, até o desenvolvimento dos atos estratégicos de Lady Susan, tudo tem muito humor. É claro que não é o humor de um Kevin Hart, por exemplo, mas sim algo mais parecido com o de uma Lady Violet (Maggie Smith), de Downton Abbey, só que bem mais sem vergonha! Rs!
E o filme não seria tão bem-sucedido se Kate Beckinsale não tivesse achado o tom perfeito para o papel principal. Uma chance que não é comum em sua carreira, mas que ela agarrou com gosto. Deve ter se divertido muito, em especial nas cenas com sua amiga na vida real, Chloe Sevigny. As duas aprontam muito e a audiência se diverte.
O filme é inteligente e perspicaz demais para ficar muito tempo em cartaz nos cinemas, então corra para se divertir com essas duas inteligentes e loucas mulheres vitorianas. Vale a pena!