Uma das coisas que me deixaram sem paciência com o ganhador do Oscar, Moonlight: Sob a Luz do Luar, era a capacidade de seu diretor e roteirista, Barry Jenkins, de esticar as cenas e a história do filme. Aparentemente, essa é uma característica dele, já que em Se a Rua Beale Falasse, ele repete esses mesmo erros (em menor escala). O filme estreia essa semana, e concorre a três Oscars: trilha sonora, roteiro adaptado e atriz coadjuvante – Regina King. Provavelmente só levará esse último.
A História
O filme é baseado no livro de James Baldwin com o mesmo título. Conta a história do amor jovem de Fonny (Stephan James) e Tish (Kiki Layne). Só que a felicidade do relacionamento de ambos é interrompida bruscamente quando o rapaz é acusado de ter estuprado uma porto-riquenha, embora não haja nenhuma prova que o incrimine. Convicta da honestidade do noivo, Tish, que está grávida, mobiliza sua família e advogados na tentativa de libertá-lo da prisão.
A história é baseada no livro de James Baldwin do mesmo nome. Tem um bela trilha sonora, e a fotografia e a direção de arte são bem interessantes. O grande problema no meu ponto de vista é o roteiro e a direção. As cenas poderiam ser mais curtas e objetivas. Até porque o tempo em silêncio não nos leva a conhecer melhor os personagens. Simplesmente torna tudo mais cansativo. É mais um daqueles casos em que o diretor quer aparecer mais do que a história. Na minha humilde opinião, o diretor tem que estar ali para contar a história da melhor maneira, não para que a gente fique observando e pensando qual a razão pela qual ele seguiu um determinado caminho de filmagem – e eu também acho que esse era o grande problema de Moonlight.
Os Atores
E apesar de se alongar demais em vários momentos, o final é repentino, parece mesmo que faltou tempo para mostrar mais detalhes. Uma pena, não é a toa que o filme foi um fracasso de bilheteria nos Estados Unidos. Os dois atores principais – Kiki Layne e Stephan James, de Selma e da série Homecoming – são corretos. Ela é até melhor que ele. Mas as melhores cenas são as que envolvem as famílias. Talvez porque tenha ótimos atores envolvidos. Entre eles, Regina King, que está ganhando todos os prêmios e é favorita ao Oscar de atriz coadjuvante.
Não acho que Regina tenha tantas oportunidades assim no filme para justificar todos esses prêmios. Já disse e repito que entre todas as cinco concorrentes da categoria acho que a melhor é Emma Stone (A Favorita). Mas o Oscar é assim mesmo. E quer saber? Adoro Regina, tanto como atriz quanto como pessoa (tive a oportunidade de conhecê-la pessoalmente). E vou aplaudir muito se ela ganhar no próximo dia 24.
Demais fotos são de divulgação.