As histórias de bastidores da nobreza britânica já renderam um monte de histórias envolventes. Somente neste ano, há o ainda inédito Duas Rainhas – com Margot Robbie e Saoirse Ronan – e A Favorita. Este último, que estreia essa semana nos cinemas, vem com uma cara de favorito para o Oscar deste ano. Empatou com Roma no maior número de indicações do ano – 10. E, sinceramente, é um dos dois dos oito indicados a melhor filme que não teve problemas de bastidores ( o outro é Nasce uma Estrela). Isso pode contar bastante nos votos finais para escolher o grande vencedor do ano.
A história
Mas, além disso, A Favorita é um filme altamente competente. Todas as suas 10 indicações são merecidas. São elas: filme, atriz (Olivia Colman), atrizes coadjuvantes (Emma Stone e Rachel Weisz), diretor (Yorgos Lanthimos), roteiro, cenografia, figurino, fotografia e montagem. A história é daquelas sobre a luta pelo poder. Na Inglaterra do século 18, Sarah Churchill, a Duquesa de Marlborough, exerce sua influência na corte como confidente, conselheira e amante secreta da Rainha Ana. Seu posto privilegiado, no entanto, é ameaçado pela chegada de Abigail, nova criada que logo se torna a queridinha da majestade. Ao perceber a situação, a Duquesa tenta reverter tudo, mas pode ser tarde demais. Afinal, Abigail está disposta a agarrar com unhas e dentes essa oportunidade única.
Apesar de ter momentos engraçados, o sorriso é sempre nervoso, com situações mais do que irônicas. Pode ser até que alguns não vejam com prazer uma história com tantas idas e vindas, onde ninguém é normal. Todos estão absurdamente ligados ao poder e o que se consegue com ele. Eu confesso que me diverti, e admirei a forma como essa história foi contada.
As atrizes
É claro que o destaque fica com as atrizes. Olivia Colman ganhou o Globo de Ouro e o Critics Choice de atriz de comédia. Mesmo agora no Oscar, é uma concorrente de peso para Glenn Close pela estatueta. Rachel Weisz e Emma Stone também estão maravilhosas, mas não têm grandes chances. Tanto Rachel quanto Emma já tem um Oscar em casa, e Regina King (Se a Rua Beale Falasse) parece ser uma barbada.
Mas se você me perguntar qual a atuação das três que mais me impressionou, eu diria que foi a de Emma. Enquanto Olivia Colman abraça os exageros, e Rachel está mais contida, creio que Emma é a que achou o meio termo. Aliás, depois de ter visto todas as candidatas na categoria de atriz coadjuvante, eu diria que a atuação de Emma foi a melhor de todas. Mas isso não significa grande coisa no Oscar, não é mesmo?
Só como curiosidade, tanto a rainha Anne, como a Duquesa, realmente existiram. A duquesa, inclusive, é antepassada tanto de Winston Churchill como de Diana Spencer. Ou seja, de uma maneira ou de outra, o poder continua a estar presente na família.