Muitas vezes, vemos a liberdade de expressão, de ir e vir, como algo natural. Infelizmente, esse não é o caso em vários países. O Irã é um deles. Em O Dançarino do Deserto, que estreou este fim de semana nos cinemas, o tema principal fala sobre como pessoas ainda lutam para poder ser elas mesmas contra um regime ditatorial, que usa e abusa da força.
A história do filme é verídica, sobre um dançarino iraniano, Afshin Ghaffarian. Ambientado em Teerã durante o ano de 2009, em meio ao clima nervoso das eleições presidenciais com a formação do “Movimento Verde”, ele mostra como Afshin e seus amigos arriscam suas vidas e formam uma companhia de dança. Só que tem que manter tudo na clandestinidade já que a dança é proibida no país.
Cada vez que vemos a força e a forma como os agentes do governo reprimem todos aqueles que pensam diferente, é uma sensação chocante ao pensar que isso aconteceu apenas há cinco anos. O fato da história ser real, torna tudo ainda mais absurda, com aquela sensação que a gente pensa “ah, só em filme…”. Só que não é o caso.
Não sou grande fã de dança moderna, por isso nestes momentos, para mim, o filme perde um pouco o ritmo (com exceção do último número, forte e emocionante).Para quem gosta, é um atrativo a mais. Mas como o retrato de uma luta, de uma busca pela liberdade, é para não esquecer.