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A força do diálogo de Entre Mulheres, indicado ao Oscar que chega aos cinemas

Entre Mulheres é a última produção que concorre ao Oscar de melhor filme a estrear por aqui. É um filme pequeno, difícil, teatral. Se concentra nas conversas de mulheres numa comunidade sem acesso a coisa alguma, que discutem seu futuro. São conversas e mais conversas, numa fotografia que beira o preto e branco. Nâo poderia ser mais distante do que a grande maioria do público quer ver. São discussões para decidir um caminho na vida. Tudo muito  distantes daquilo que conhecemos, mas mesmo assim, são muito atuais. A grande maioria provavelmente vai detestar, mas é importante assistir. E seu final é sensacional.

Entre Mulheres se baseia no livro homônimo de Miriam Toews. Este se inspirou em eventos reais ocorridos na colônia de Manitoba, na Bolívia. O filme mostra as mulheres da comunidade religiosa menonita, que lutam para conciliar sua fé com a realidade. Elas descobrem quem são os homens que usam anestésicos para drogar e estuprar mulheres e meninas durante a noite por muitos anos. Resolvem então denunciar estes homens, mas os demais pagam a fiança, demonstrando que elas estão sozinhas em sua revolta. E a coisa fica pior porque é  tradição da comunidade manter a mulher em um estado sem educação, sem escolaridade e analfabetismo. O objetivo é claro: torná-las totalmente subserviente aos membros masculinos da comunidade e às suas necessidades. Mas elas resolvem se juntar para conversar entre mulheres para resolver o que deverão fazer: lutar, fugir ou aceitar as coisas como são.

O que achei?

A diretora Sarah Polley foi a garotinha de As Aventuras do Barão de Munchausen, se alguém se lembra. Já dirigiu alguns filmes, curtas e séries. Sem dúvida, Entre Mulheres é seu trabalho de maior prestígio. E deveria estar entre os candidatos a melhor direção. Além da fotografia, da trilha sonora, do roteiro (vencedor do Critics Choice, e indicado ao Oscar), Sarah consegue atuações brilhantes de seu elenco (foi candidato a SAG Awards de melhor elenco). Todas estão ótimas –  até Rooney Mara (rs)! Mas os destaques ficam mesmo com Jessie Buckley (sensacional) e a veterana Judith Ivey. A gente já sabe também que ela ganharam o prêmio especial Robert Altman do Spirit Awards. Para quem não conhece, esse prêmio é dado para o diretor, elenco, e diretor de elenco. É um prêmio que não tem concorrentes, é inclusive escolhido com antecedência. Elas também ganharam o prêmio especial de elenco do National Board of Review. Ou seja, todo mundo está sensacional.

Entre Mulheres é um drama potente, que impressiona por sua estrutura densa, espartana. É teatral, mas isso não incomoda do ponto de vista cinematográfico. Os diálogos são o mais importante. Os homens só aparecem como sombras ou ao longe. A exceção é o personagem de Ben Whishaw, que é chamado para anotar e escrever as discussões  que as mulheres têm. Ele está ótimo também. No final, o filme discute os desafios que essas mulheres enfrentam quando sua dignidade e seus corpos são ultrajados. E isso é algo que ainda hoje muitas mulheres podem se identificar. Vale conhecer!

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