Antes de assistir a Florence: quem é essa mulher?, que estreou essa semana nos cinemas, eu nunca tinha ouvido falar de Florence Foster Jenkins, que realmente existiu, e que acabou se tornando o tema central de dois filmes atualmente em cartaz. Um é o francês Marguerite, que não assisti, mas que amigos dizem que é muito bom, e o outro, este veículo de estrela para Meryl Streep. Só que o filme não é bem a comédia escrachada que parece ser no trailer. Sim, é claro, você vai rir em vários momentos, mas também vai se emocionar. Bastante.
O filme conta a história dessa lendária socialite de Nova York, que obsessivamente perseguiu seu sonho de se tornar uma grande cantora. O único problema é que sua voz era hilariante e horrível. Seu marido e agente, St. Clair Bayfield (Hugh Grant), um ator inglês aristocrata, está determinado a proteger sua amada Florence da verdade, mesmo que tenha uma linda namorada (Rebecca Fergunson, do último Missão Impossível) esperando-o em outro apartamento. Logo Florence conhece o pianista Cosme McMoon (Simon Helberg, de The Big Bang Theory), que a princípio se diverte com a situação, mas depois é conquistado por essa mulher sofrida e determinada. O problema é quando ela decide cantar no famoso Carnegie Hall lotado.
É claro que Meryl está bem. É boa atriz e não deixa dessa vez a personagem cair na caricatura. Sim, no início, assim como Cosme, damos risada de sua completa inabilidade de cantar. Mas, após conhecer sua história, e reconhecer o sentimento que a une ao marido, o filme emociona. Creio que é sua melhor atuação, juntamente como A Dama de Ferro. Só que, por incrível que pareça, o destaque do filme vai para Hugh Grant. Ele estava semi-aposentado quando o diretor Stephen Frears o convenceu a fazer o papel de St. Clair. E como ele aproveita cada momento. Esquecemos completamente aquele charme desastrado das comédias românticas tão comuns em sua carreira. Ele aqui atua, convence e emociona. Uma bem-vinda surpresa.
Outra é a atuação de Simon Helberg, como Cosme. Não poderia estar mais diferente do Howard de The Big Bang Theory. Ele tem uma das mais engraçadas cenas do filme quando quase explode ao tentar segurar a risada em um elevador. É impossível não rir junto. Outra que também faz rir, e muito, é Nina Arianda, como Agnes, que inicialmente parece antipática, depois tem uma cena brilhante ao ouvir Florence pela primeira vez, para finalizar com a redenção no Carnegie Hall. É outra presença marcante.
Florence: quem é essa mulher? é assim. Um filme de risadas, de lágrimas, de emoções. Vale conhecer essa história.