Apesar de não assistir a lutas como esporte, gosto de um bom filme sobre o assunto. Acho que é mais por causa da luta pela superação de qualquer um dos envolvidos do que propriamente pelas cenas em um tatame, ringue ou octógono. Obviamente, sou fã de Touro Indomável, da saga de Rocky Balboa, de Daniel San (Karatê Kid) e até de O Grande Dragão Branco. Recentemente vi um excelente chamado Nocaute, com Jake Gyllenhaal, que infelizmente, não teve grande sucesso. Agora, chega aos cinemas hoje uma nova produção com o tema, Mais Forte que o Mundo. E como o próprio subtítulo já diz, é sobre um lutador real e brasileiro, é A História de José Aldo.
Não acompanho MMA, UFC, nem nada com essas siglas. Também tinha somente ouvido falar de José Aldo a partir do momento em que começou a se pensar em fazer um filme sobre a sua vida. E é realmente uma história cinematográfica. Rapaz pobre de Manaus, filho de pai alcoólatra, poderia ter facilmente entrado para uma vida de crimes. No início, ele até parece que vai seguir esse caminho. Mas com seu envolvimento com lutas marciais, ele resolve partir para o Rio de Janeiro e tentar começar a luta, que ele diz ser seu grande sonho. Acho que até é nesse momento que o roteiro peca, pois, esse “sonho” nunca fica claro na primeira parte da história. De qualquer maneira, ao chegar no Rio, ele não só começa a tentar uma chance em uma academia, liderada por um bom homem, que enxerga o seu potencial, que começa a treiná-lo. Paralelamente, ele conhece uma mulher por quem se apaixona, mas ainda tem que enfrentar seus demônios internos e também sua relação problemática com o pai
No papel principal, está José Loreto, que obviamente dá o melhor de si. Milhem Cortaz, um ator sempre interessante, faz o treinador Dedé Pederneiras, um personagem que nos faz lembrar todos os técnicos durões, mas bonzinhos dos filmes de boxe, de Clint Eastwood a Burgess Meredith. O elenco de apoio também é bom, Jackson Antunes e Claudia Ohana como os pais, Paloma Bernardi como a primeira namorada, e até Romulo Neto como Fernandinho. Aliás, esse personagem é interessante e o ator faz um belo trabalho, mas no final, talvez fosse necessário que seu objetivo fosse um pouco mais claro para o público em geral.
O diretor Afonso Poyart andou por Hollywood – filmou Presságios de um Crime com Anthony Hopkins e Jeffrey Dean Morgan – e fez um filme com um bom ritmo. Ele filma alternando a linguagem de videoclipe com documentário, sem deixar de lado suas raízes publicitárias (isso é um elogio!). Na verdade, a sensação que fica é que você nunca viu algo assim no cinema brasileiro. Tem seus probleminhas, mas é um bom exemplo de cinema.
Eu tive a oportunidade de conversar com José Loreto e Cléo Pires sobre o filme para o programa ShowVip, apresentado por Fernando Joly e exibido no canal Climatempo. Dê uma olhadinha nesse papo, os dois foram muito simpáticos:
Eu também conversei com Claudia Ohana e Jackson Antunes. Você poderá ver essa entrevista no programa neste sábado às 20 horas no canal Climatempo.