O livro Um Lugar bem Longe Daqui vendeu mais de 12 milhões de cópias nos Estados Unidos. Fez parte do clube do livro de Reese Witherspoon (que é muito bem sucedida nisso). Tanto que sua produtora comprou os direitos para fazer um filme dessa história. E ele chega agora aos cinemas (já teve várias pré-estreias pagas). A crítica americana odiou. Mas eu gostei. Me manteve entretida todo o tempo – e o final foi ótimo!
Kya é uma garota que foi abandonada por sua família. Teve que se criar sozinha no brejo da Carolina do Norte. Por anos, rumores da “Menina do Brejo” assombraram Barkley Cove. E isso isolou a inteligente Kya de sua comunidade. Atraída por dois jovens na cidade, Kya se abre para um mundo novo. Mas quando um deles é encontrado morto, ela é imediatamente considerada a principal suspeita. Conforme o caso vai se desdobrando, a verdade sobre o que aconteceu se torna cada vez mais nebulosa. E ameaça revelar os muitos segredos que existem no brejo.
O que achei do filme?
É um daqueles casos que a gente conhece bem. No site Rotten Tomatoes, Um Lugar Bem Longe Daqui amargou pobres 36 % de aprovação da crítica – um número bem baixo. Entretanto chegou a 96 % de aprovação do público. Rsrs. Ou seja, a crítica odeia e o público gosta. Eu não li o livro – dizem que a adaptação está muito boa – mas dessa vez fico do lado do público, rsrs. A história é uma aula de sobrevivência. Kya aprende a se virar sempre. Desde maneiras de evitar o pai violento, até como sobreviver sem ter alguém para cuidar dela. E nisso tem um intérprete fantástica na garotinha Jojo Regina – a melhor do elenco.
O filme alterna as histórias de Kya menina e adulta, quando Daisy Edgar Jones (Em Nome do Céu) assume o papel. A partir daí segue o envolvimento com dois jovens – extremamente parecidos, rs, a gente pode até se confundir. O primeiro, o amor verdadeiro, é Tate, o lindinho Taylor John Smith (de Sharp Objects). Mas ele vai embora para a universidade. E tem Chase (Harris Dickinson, o príncipe do segundo Malévola). Este é uma cara popular que é achado morto. É quando Um Lugar bem Longe Daqui torna-se um filme de tribunal, já que Kya é considerada a principal suspeita. Também entra aí na história o preconceito que as pessoas têm contra todo aquele que é diferente, que não se encaixa no esperado.
E no final…
Daisy Edgar Jones tem aqui sua oportunidade para se tornar estrela de cinema. As pessoas a adoram. Especialmente porque ela mostra uma vulnerabilidade em seus papéis que faz com que todos queiram protegê-la. O resto do elenco também funciona, especialmente o sempre ótimo veterano David Strathairn como o advogado. A fotografia é um destaque, com cenas maravilhosas de por do sol, e da natureza do brejo. Pelo que sei, quem gostou do livro vai curtir o filme. Não é nada fora do comum, mas me conquistou – especialmente o final. Valeu o ingresso!