Eu sempre fui fã de Clive Owen. Achava que era sexy, bonito, bom ator. Na época em que Daniel Craig foi escolhido para ser 007, Clive era meu franco favorito – e também para muita gente, pelo que sei. Mas nos últimos anos, a carreira dele deu uma emperrada, e a idade parece ter deixado o ator um tanto preguiçoso. De qualquer maneira, ele foi o motivo que me atraiu para Anon, filme policial futurista, que está disponível na Netflix.
Anon conta a história de Sal (Clive Owen), um detetive numa cidade num futuro próximo. Nessa época a privacidade não existe mais. Com o avanço da tecnologia, todo mundo pode saber o que o outro viu e viveu. Só que acontece um assassinato (na verdade alguns), onde é perceptível que um hacker se infiltrou na mente das vítimas e com isso a polícia não tem como saber quem é o culpado. Sal, que foi vítima de uma tragédia onde perdeu seu único filho e que provocou a separação da esposa Kristen (Sonya Walger, a Penny de Lost), fica extremamente envolvido com o caso. E acaba chegando até uma mulher misteriosa (Amanda Seyfried), que pode ser a culpada.
Apesar de se passar no futuro e incluir toda a tecnologia de “enxergar” através do outro, Anon segue todas as características de um filme noir: um assassinato (ou mais de um) misterioso, um detetive desolado, uma mulher misteriosa que pode ser ou não culpada das mortes. Alem disso, tem aquele clima desolador, de cores frias e relações impessoais. Ele é dirigido por Andrew Niccol, que fez o interessante O Preço do Amanhã, também com Amanda Seyfried, mas quebrou a cara com A Hospedeira. Ou seja é um diretor de altos e baixos.
Aqui o clima e o visual é muito bom, e o filme até vai bem. Mas o desfecho – quem é o assassino – é previsível. Se você não se importar com isso- afinal, quando você vê tantos filmes como eu, algumas coisas acabam sendo previsíveis – o filme até é bem competente. Só que por incrível que pareça, para mim o que mais incomodou acabou sendo Clive Owen. Ele está apático, daquele jeito “que horas posso pegar o pagamento?”. Fiquei decepcionada com ele. Mas continua bonito!