Hollywood vem tendo uma safra de filmes que abordam estratégias de mercado que resultaram em produtos de enorme sucesso no mundo. É o caso dos recentes e excelentes Air: A História por Trás do Logo (Prime Video) e Tetris (Apple TV Plus). Isso sem contar A Rede Social (HBO Max) e Steve Jobs ( aluguel e compra nas plataformas digitais). E agora chega aos cinemas nessa quinta o filme Blackberry, que mostra a ascensão, apogeu e queda dos celulares que foram os primeiros a ter acesso a internet, email e telefone, claro. Eu gostei do filme.
Blackberry detalha a ascensão e queda do celular BlackBerry e a empresa canadense Research in Motion. Com sede no Canadá, a Research in Motion Inc. tornou-se conhecida mundialmente por seus smartphones BlackBerry, o primeiro dispositivo desse tipo a se firmar no mercado. O filme mostra como um bando de nerds acabou se transformando nas mentes por trás de um enorme sucesso. E também como co-CEOs Mike Lazaridis e Jim Balsillie, fizeram com que os telefones BlackBerry fossem, por um tempo, onipresentes nos primeiros anos do século 21, populares entre empresários e funcionários do governo. Só que aí aconteceu uma coisa chamada iPhone, e a decadência começou.
O que achei?
O filme usa uma linguagem visual que lembra muito um documentário – com um toque de The Office, rsrs. É claro que há momentos divertidos, especialmente com Doug (o também diretor Matt Johnson). Mas, na verdade, o filme é uma grande aula sobre o que não fazer numa grande corporação. Ou seja, não considerar seus concorrentes, chamando-os de idiotas. E especialmente deixar a empresa de lado para tentar embarcar em algo que é sua verdadeira paixão.
A direção de Matt Johnson tem um ritmo acelerado e uma reconstituição de época sensacional. O elenco está todo ótimo, inclusive Jay Baruchel, um ator de quem eu realmente não gosto. Mas a maior descoberta é Glenn Howerton. Ele é conhecido de Projeto Mindy e It’s Always Sunny in Philadelphia ( e ele tem cabelo tá? Rsrs). Faz de Jim Balsillie um homem horroroso, mas determinado e perspicaz. O filme mantém você atento. Apesar de saber que a coisa terminou mal, você fica curioso para saber como. E como curiosidade, houve um tempo em que a Blackberry tinha 45% do mercado de smartphones no mundo. Hoje tem zero. A empresa não fabrica mais nenhum hardware, incluindo seu smartphone. Agora produz software de cybersegurança.