Filmes sobre famílias que enfrentam grandes problemas ao se estabelecer em um novo local têm aos montes no cinema. E com relação àqueles que enfretam problemas na agricultura também. Lembro de um clássico Vinhas da Ira e até mesmo de momentos de E o Vento Levou. Sem esquecer os sucessos dos anos 80, Um Lugar no Coração e Minha Terra, Minha Vida. Todos esses tiveram indicações ao Oscar, revelando que desde sempre a Academia tem um certo afeto por essas histórias. E agora chega um novo filme que também vai por esse caminho. É Minari – Em Busca da Felicidade. O filme tem seis indicações ao Oscar: filme, direção (Lee Isaac Chung), ator (Steven Yeun), atriz coadjuvante (Yuh-Jung Youn), roteiro original e trilha sonora. Ele estreia nessa quinta nos cinemas, onde esses estiverem funcionando.
Uma família de origem coreana se muda para uma fazenda no Arkansas. O objetivo é construir uma nova vida. Enquanto trabalham numa granja, eles cultivam frutas e legumes para vender. Só que o filho tem um problema no coração, e assim eles trazem a avó para cuidar dele. Em meio aos desafios dessa nova fase, eles descobrem a inegável resiliência da família.
A crítica
A grande diferença de todos os filmes do gênero é que ele é 90% falado em coreano. De resto, você já viu a mesma história inúmeras vezes. E, confesso, me surpreende que Minari tenha tido todas essas indicações. Especialmente a de roteiro. Mas, é claro, você assiste com facilidade. O garotinho Alan S. Kim, que levou o prêmio de coadjuvante no Critics Choice, é uma fofura. É o grande motivo para ver o filme. Já Yuh-Jung Youn como a avó, é a favorita no Oscar desse ano, depois de ganhar o SAG’s e o BAFTA. Tem uma bela interpretação.
Aliás, num filme onde o roteiro é tão “mais do mesmo”, o filme tem que ter como base a força de seu elenco. Yeri Han, que faz a mãe, tem uma boa presença, inclusive concorre ao Spirit Awards. Mas Steven Yeun… Eu gostava dele em The Walking Dead, e fiquei triste quando mataram seu personagem, Glenn. Mas concorrer a melhor ator no Oscar é um grande exagero. Ele repete todos os maneirismos de Glenn. A diferença é que aqui ele fala coreano. E pensar que deixaram Delroy Lindo (Destacamento Blood) de fora… Coisas da Academia!
Minari é um bom e sensível filme. A relação entre neto e avó é gostosa de ver. A fotografia é bonita, assim como a trilha sonora. Mas, ele não me emocionou, me manteve a uma certa distância. E acho sinceramente que todos esses prêmios/indicações representam um certo exagero.