Quando li a sinopse de O Preço da Verdade, que estreia essa semana nos cinemas, logo outros grandes filmes me vieram à mente. Caso de Erin Brockovich, O Veredito ou A Qualquer Preço. Em todos eles, um advogado determinado desafio os proderosos para defender os oprimidos. O mocinho da vez é Mark Ruffalo, que foi um dos apresentadores do Oscar, e está em um de seus melhores momentos como ator como o advogado Rob Billot.
A história
Rob realmente existe (faz até uma participação especial, como é mostrado durante os créditos). Os fatos são reais e o roteiro foi adaptado de uma matéria da revista do The New York Times. Escrita por Nathaniel Rich, tinha o título sugestivo de O Homem que se tornou o pior pesadelo da DuPont. Para quem não sabe, a DuPont é uma das maiores indústrias químicas do mundo, e durante muito tempo foi a maior. E Rob Billot é justamente um advogado corporativo bem sucedido que ganha vida defendendo grandes empresas. Só que um fazendeiro da cidade de sua avó chama sua atenção para mortes que podem estar ligadas ao lixo tóxico de uma grande corporação. Rob então embarca em uma luta pela verdade, gerenciando sozinho um processo judicial que dura anos e põe em risco sua carreira, sua família e seu futuro em geral.
E o que esperar?
O ponto alto da filme é a investigação. Sobre como Rob vai atrás das informações de um jeito sempre calmo e educado, o que acaba deixando seus adversários ainda mais nervosos. E com isso, possibilita a Mark Ruffalo usar uma atuação física, que eu nunca o vi fazer antes. O filme foi lançado no Estados Unidos no final do ano, e era óbvia sua intenção de fazer parte da temporada de premiações. Não deu certo, Mark foi lembrado somente no Satellite Awards.
Ao mostrar o outro lado, sobre como Rob enfrentou toda essa situação, Anne Hathaway tem um papel pequeno como a esposa. Mas, é claro, que ela tem uma ou duas cenas fortes, que demonstram a excelente atriz que é (será que está sofrendo a maldição do Oscar?). O filme têm ainda poderosas participações de Tim Robbins e Bill Camp, como o fazendeiro. Todos sob a direção de Todd Haynes, que sabe como ninguém extrair grandes atuações de seus atores.
O certo é que a história poderosa vai envolver você totalmente. E o pior, faz a denúncia que o problema não é somente do envenenamento de uma região onde o lixo tóxico foi despejado. Da maneira como o roteiro conta a história, você provavelmente nunca mais vai querer usar um produto com teflon na vida. E mesmo com alguns triunfos deixa aquele gosto amargo no final. Aquele do tipo que fica quando você vê uma história onde não adianta você correr, o mal vai triunfar. Outros filmes do gênero que me lembro são A Trama, Chinatown ou ainda Um Tiro na Noite. E como diz o próprio personagem, quem nos protege contra isso? Nós mesmos.