A Batalha das Correntes, que estreia hoje nos cinemas, teve uma história complicada. Ele foi feito em 2017, só que o produtor era Harvey Weinstein. E Harvey estava justamente trabalhando na edição desse filme quando estourou o escândalo do assédio sexual, e de toda a situação que gerou o movimento #MeToo. O filme ainda estreou no Festival de Toronto na época, mas logo foi arquivado. Passaram os direitos de empresa para empresa, até que ele fosse lançado na Europa em julho, nos Estados Unidos em outubro, e agora, essa semana, aqui no Brasil.
A Batalha das Correntes conta a história real da disputa entre Thomas Edison (Benedict Cumberbatch) e George Westinghouse (Michael Shannon, substituindo Jake Gyllenhaaal) no final do século 19 sobre como deveria ser feita a distribuição da eletricidade. Edison faz uma campanha pela utilização da corrente contínua, já Westinghouse defende a corrente alternada.
A crítica
É óbvio que a intenção aqui era fazer um novo O Jogo da Imitação, com direito a todas as premiações do primeiro, também estrelado por Cumberbatch. Mas, infelizmente, houve alguns empecilhos. Além do problema de Harvey Weinstein, o filme acabou sendo maçante demais, perdendo muito tempo discutindo explicações técnicas sobre eletricidade. A disputa entre dois gênios que possibilitaram que tivéssemos acesso a tudo que temos hoje, acabou cansativa demais para o público.
É claro que as atuações de Benedict Cumberbatch, e especialmente de Michael Shannon, são dignas de nota. A reconstituição de época é boa, e a história de dois visionários poderia ter sido das mais interessantes. O problema é que ficou tudo muito chato. O que se destaca são as performances dos atores principais, e também do resto do elenco. Têm Tom Holland (que contracena com Benedict antes de fazer os dois últimos Vingadores), Nicholas Hoult e Katherine Waterston, todos conhecidos de grandes sucessos do cinema. Também tem outros que adoro, como Matthew McFadyen e Tuppence Middleton, de Sense8. Mas, infelizmente, no final, fica aquela sensação de um filme que poderia ter sido incrível, e ficou sendo apenas esquecível.