Eu estava viajando quando houve a sessão para a imprensa de Guerra Civil. Então, quando cheguei, fui assistir ao filme no cinema. Depois de aguentar 20 longuíssimos minutos de comerciais (depois não sabem porque as pessoas estão deixando de ir ao cinema), consegui assisti-lo. Guerra Civil foi o filme número 1 dessa última semana, tanto nos Estados Unidos como no Brasil. O trailer é sensacional, e as críticas foram, em geral, muito boas. Não será o caso da minha.
Já aviso que minha crítica não tem nenhum fundo político, apenas uma análise do que funciona e o que não funciona como produção cinematográfica. Aliás, achei a ideia bem interessante. Os Estados Unidos estão vivendo uma guerra civil. Califórnia e Texas (dois estados com posicionamentos políticos bem diferentes na vida real) se rebelaram contra o presidente, que está isolado em Washington. É quando um jornalista e uma fotógrafa (Wagner Moura e Kirsten Dunst) resolvem se aventurar para tentar chegar até ele para conseguir uma matéria e uma foto especiais. Logo de início eles acabam tendo a companhia de um jornalista em busca de sua última aventura (Stephen McKinley Henderson), e de uma jovem fotógrafa (Cailee Spaeny, de Priscilla). Em seu caminho, passarão pelas mais diversas e assustadoras situações.
O que achei?
Já aviso que há poucas explicações sobre a situação política. Por que estão em guerra? Por que California e Texas? O que cada lado pretende? Já aviso que você não saberá se for assistir ao filme. Há algumas pistas aqui e acolá, mas nada que seja explicativo. Guerra Civil se concentra em seu um road movie, que mostra que não importa o lado todo mundo é sádico e violento – até mesmo os “heróis” que acompanhamos todo o tempo. É repetitivo em várias situações. A melhor cena, a que tem mais suspense, acaba sendo a que tem uma participação de Jesse Plemons (marido de Kirsten na vida real). E a maior parte dela está no trailer.
Nem o elenco está bem como já vimos anteriormente. Kirsten fica com sua cara de enfado, de quem não está mais aí para a vida, todo o tempo. Bem diferente de sua atuação poderosa de Ataque dos Cães (torci muito por ela no Oscar). E Wagner Moura, que eu acho um ótimo ator, está um tanto exagerado. Há momentos de gritos, um especialmente com o cigarro na mão, que me deixaram chocada com o over acting. E ainda tem Cailee Spaeny, que já não tinha me convencido muito em Priscilla, e aqui menos ainda. Só sabe arregalar os olhos. Além de parecer que tem uns 14 anos, e não os 20 e poucos que o filme sugere.
E, no final…
Não sou grande fã de Alex Garland, o diretor. Vi Ex-Machina e Aniquilação dele. Não gosto especialmente de nenhum deles. O filme começa chato no primeiro ato. Fica mais interessante durante a sua parte road movie, ou seja, o caminho para Washington. E tem um terço final cheio de explosões e violência, que dá a sensação de ser extra longo. Não me envolveu, e me pareceu algo que já tinha visto um monte de outras vezes em The Walking Dead (sem os zumbis, claro, rs).