Eu adoro filmes em preto e branco. Tudo fica mais chique, você se envolve mais com o clima da história. E este ano, o Oscar tem dois filmes com esse tipo de fotografia, que andava meio esquecida. Quem sabe poderemos ter mais produções assim no futuro… Um deles é o grande favorito Roma (disponível na Netflix). O outro é Guerra Fria, que vai estrear essa semana nos cinemas. Ele é indicado em três categorias, filme estrangeiro, fotografia e direção (Pawel Pawlikowski, que também ganhou o prêmio no Festival de Cannes).
A História
Com o fim da II Guerra, na Polônia stalinista, um músico amante da liberdade e conhece uma jovem cantora. Os dois tem histórias e temperamentos completamente diferentes. Mas mesmo assim, começam uma história de amor e paixão que vai durar duas décadas, e que vai passar por diferentes países da Europa.
A Opinião
Para nós, latinos, a ideia de uma paixão louca é bem diferente da do diretor polonês. Sim, os dois personagens fazem algumas coisas aparentemente insanas, mas, na verdade, tudo parece um tanto frio demais do meu ponto de vista. Parece que os dois personagens principais ficariam muito bem se não se encontrassem nunca mais. Não há uma paixão, aparentemente, só uma dependência. Com isso, o filme não envolve como deveria. Você não fica torcendo para que esses dois fiquem juntos. O que passa com a história é que esse “amor” não resiste nem à convivência, nem à ausência.
Mas, é claro, isso não impede que Guerra Fria seja visualmente estupendo, com uma trilha sonora altamente envolvente. A atriz Joanna Kulig, que também esteve em Ida, do mesmo diretor, também tem uma atuação que fica na cabeça da gente.O ator Tomasz Kot, apesar de muuuuitooo charmoso, não muda muito de expressão. Pawel Pawlikowski não tem grandes chances de levar o Oscar. Aliás, até sua indicação foi inesperada (claramente pegou o lugar de Bradley Cooper). Na minha modesta opinião, o filme merecia a indicação de fotografia, e, talvez, o de filme estrangeiro (impossível afirmar com certeza, já que não vi todos os concorrentes), mas não mais que isso.