Os Oito Odiados, novo e brilhante filme de Quentin Tarantino, estreia este fim de semana nos Estados Unidos. Aqui no Brasil ainda teremos que esperar até 14 de janeiro. Mas o filme vem já causando diversas controvérsias e fofocas por lá. A última é que Jennifer Lawrence teria sido considerada pelo diretor para o principal papel feminino do filme, que acabou ficando nas mãos de outra Jennifer, Jennifer Jason Leigh, que, em minha opinião, teve umas das atuações mais loucas e viscerais do ano.
Tarantino falou sobre o assunto em uma entrevista à Variety, “Sou um grande fã de Jennifer Lawrence. Eu consigo vê-la fazendo um bom trabalho no papel, então nós conversamos sobre o assunto e tudo mais. Ela estava fazendo uma cortesia de me ver, eu creio. Estava filmando Joy: O Nome do Sucesso. Tinha ainda que fazer toda a promoção para os filmes de Jogos Vorazes. Não havia uma p**** de um jeito dela estar disponível. Tendo dito tudo isso, eu fico feliz que não chamei alguém jovem para fazer Daisy Domergue.” Jennifer L. tem 25 anos e Jennifer J.L ., 53. É claro que J. Law faria um ótimo trabalho, afinal é uma grande atriz, mas a entrega de Jason Leigh foi inesquecível e, com certeza, vai dar um novo fôlego para a carreira da atriz, que vivia um momento de baixa depois de estrelar filmes importantes nos anos 90, como Mulher Solteira Procura e Georgia.
Mas há mais discussões sobre o filme. Aliás, não seria um filme de Tarantino se não fosse assim. Aqui os comentários mais críticos são a respeito do excesso de violência e principalmente misoginia (ódio ou aversão às mulheres). Neste último caso, acho que isso tudo é uma grande besteira. Primeiro porque Tarantino é um grande fã de protagonistas femininas, como já deixou claro em toda a sua filmografia- Jackie Brown e Kill Bill, por exemplo. Segundo, porque o personagem é uma prisioneira violenta, como fica claro desde as primeiras cenas. Se o mesmo personagem fosse um homem, ninguém estranharia a violência. Outro detalhe é que não é algo específico dos homens contra essa mulher e sim de todos contra todos. Ou seja, a sensação é que todos querem buscar “pelo em ovo”, como dizia a minha avó.
Uma coisa é certa: Os Oito Odiados é muito bom, um dos melhores do diretor (mas Django Livre ainda é meu favorito). Aguarde minha análise do filme logo nos primeiros dias do ano.