No último domingo, eu revi os três filmes anteriores de Matt Damon como Jason Bourne: A Identidade Bourne (2002), A Supremacia Bourne (2004) e O Ultimato Bourne (2007). Apesar de obviamente bem dirigidos, nenhum deles consegue me empolgar, apesar de achar que A Identidade… ainda é o melhor de todos (é o único dirigido por Doug Liman). Acho que em vários momentos o diretor dos dois seguintes, Paul Greengrass, se alonga em determinadas cenas e “enrola” demais. Mas sei que sou uma voz solitária nesse caso. Os filmes foram grandes sucessos de bilheteria, a crítica em geral adora (falam até de sua influência nos últimos James Bond), e quando Matt Damon e Paul Greengrass desistiram de fazer uma nova aventura, chegaram até a começar uma outra franquia com O Legado Bourne, com Jeremy Renner, em 2012 (não assisti então não posso falar sobre ela).
Só que Damon e Greengrass voltaram atrás, uma possível segunda aventura com Jeremy Renner foi jogada pra frente, e chega hoje aos cinemas Jason Bourne, sem subtítulos, nem substantivos. Agora, Jason está escondido na Grécia, mas é contatado por Nicky Parsons (Julia Stiles), que descobriu algo sobre o seu passado ao hackear um servidor do governo. Isso chama a atenção da CIA, mais precisamente do diretor Robert Dewey (Tommy Lee Jones) e da especialista Heather Lee (Alicia Vikander), que passam a perseguir Bourne por várias cidades como Atenas, Berlin, Londres, Las Vegas (sempre me pergunto como esses personagens conseguem tanto dinheiro para viajar tão rapidamente pelo mundo inteiro…).
A primeira parte, até a saída de Bourne de Atenas, é perfeita, a ação é ininterrupta, com uma incrível perseguição pelas ruas da cidade – filmadas na verdade nas Ilhas Canárias – e a química entre Damon e Julia Stiles é incrível. Uma pena que essa química, assim como a atriz, tenha sido subaproveitada. A partir daí, o filme tem altos e baixos (figurativamente e literalmente). As participações de Tommy Lee Jones, de Alicia Vikander (ótima) e de Vincent Cassel como um assassino profissional, estão entre os destaques. A última parte, em Las Vegas, com uma perseguição na rua principal, a Strip, também é marcante. Segundo o estúdio, foi a primeira vez na história que ela foi fechada para a gravação de um filme.
Mas, com suas duas horas e três minutos, o filme tem uma boa “gordura” no meio, que poderia ter sido dispensada. Ainda assim, o filme é para mim, o melhor de todos os Bourne de Matt Damon. Ele, apesar de ter malhado bastante, e por isso mesmo colocar em evidência seu físico logo no início, demonstra o cansaço de alguém que está correndo por esse mundo há vários anos. E domina somente com o olhar a atenção do espectador, já que tem pouquíssimas falas durante todo o filme.
Se você é fã da saga de Bourne, vai com certeza amar o filme. Se nunca assistiu, não vai ficar perdido, mas poderá ver muitas perseguições, explosões, socos e pontapés, além de bons atores em cena. É mais do que a maioria dos filmes disponível por aí.