Não sou uma crítica de teatro. Nem tenho conhecimento para tanto. Mas já vi muitos musicais em vários palcos do mundo – graças a Deus. E quem me conhece, e me acompanha por aqui, sabe que sou fã de Lea Michele, desde os primórdios de Glee. E que desde que soube que ela assumiria o papel de Fanny Brice na nova montagem de Funny Girl, decidi que iria vê-la de qualquer jeito. Por isso, vim para Nova York com esse objetivo. E não me decepcionei. Lea como Fanny é um desses momentos inspiradores e sensacionais. O perfeito casamento de um personagem com uma atriz. E é o que faz dessa montagem algo maravilhoso e imperdível.
Minhas impressões
O teatro estava lotado. Todos ali numa sinergia total. Todos queriam ver Lea Michele. Desde o primeiro momento da peça, ela já demonstra que o público não vai se decepcionar. O musical é dividido em dois atos, que totalizam por volta de 2h40. Para quem nunca viu o filme clássico com Barbra Streisand, que lhe deu o Oscar, a peça conta a história – baseada em fatos reais – da comediante Fanny Brice. Desde seu início, ela tem que se provar para todos, que seu talento era mais importante do que uma cara bonita. O musical também conta a história de seu romance com Nick Arnstein, um jogador inveterado. No filme de 1964, Nick era vivido por Omar Shariff. Aqui, Ramin Karimloo tem todas as características de um Nick apaixonante. A química entre ele e Lea funciona perfeitamente.
Outro papel importante é o da mãe de Fanny, a sra. Brice, feita de maneira divertida e com um esforço físico impressionante por Tovah Feldshuh. Talvez muita gente possa não se lembrar dela, mas eu nunca a esqueci da emocionante minissérie Holocausto, lá dos anos 70. Só não sabia de seu talento para o canto e a dança. Adorável surpresa. Outro que brilha é Jared Grimes, como Eddie, o fiel amigo de Fanny. Seus números de sapateado são sensacionais.
As músicas
Mas, é claro, a peça tem as músicas maravilhosas que todo mundo conhece, como People e Don’t Rain on my Parade. E Lea termina o primeiro ato cantando essa última. Ela faz com o talento de sempre – afinal, ela cantou várias vezes durante Glee (é até o toque do meu telefone, rsrs). Na noite de quinta-feira, quando assisti a peça, Lea anunciou que no dia seguinte o álbum com as músicas da peça estaria disponível no dia seguinte nas plataformas digitais de música, como Spotify e Apple Music. O CD, sim, ele ainda existe, será lançado em janeiro. E vale a pena ouvir essas interpretações fenomenais.
E Lea…
Durante anos , os fãs de Glee acompanharam a trajetória do personagem de Lea, Rachel Berry, para realizar seu grande sonho de fazer Funny Girl na Broadway. E agora, na vida real, acompanhamos a trajetória de Lea para também realizar esse sonho. E para todos os fãs que estavam lá, foi um momento mais do que especial. Ganhei até tchauzinho!