Eu simplesmente adoro Corpo Fechado. É meu filme favorito de M. Night Shyamalan. Na época, ele não teve o sucesso merecido. Antes de todos esses filmes de super-heróis povoarem a cultura pop, Shyamalan não encontrou o público esperado com suas referências. Tanto anos depois, com a carreira meio em baixa, o diretor fez Fragmentado, que conseguiu seu primeiro sucesso em anos. O filme, com um mix de suspense e terror, era competente, mas numa boa tradição do diretor, tem um “twist” no final, que o tornou grande! Era a ligação de Fragmentado com Corpo Fechado. E logo seria anunciado que os dois filmes faziam, na verdade, parte de um trilogia. A terceira chega essa semana aos cinemas, e se chama Vidro.
A História
Shyamalan juntou a história de Kevin Wendell Crumb (James McAvoy), com suas 24 personalidades, com as de David Dunn (Bruce Willis), e Elijah Price (Samuel L. Jackson). Quando vidro começa, Kevin raptou um grupo de cheerleaders, e as submete ao tratamento usual. David trabalha agora em conjunto com seu filho Joseph (Spencer Treat Clark, o mesmo de Corpo Fechado, agora adulto) e continua seu trabalho de vigilante, salvando pessoas. Já Elijah continua internado num sanatório desde o final de Corpo Fechado.
Só que quando David sai em busca de Kevin para salvar as garotas, os dois acabam juntos em um sanatório, o mesmo lugar onde está Elijah. Quem está analisando o caso deles é a Dra. Ellie Staple (Sarah Paulson, assustadora em seus vários tons de rosa), que pretende curá-los ao convencer os três que eles não tem nada de super-heróis.
Foram necessários 19 anos para que Shyamalan conseguisse completar sua trilogia. Na verdade, o personagem de Kevin Wendell Crumb era para ter sido um dos adversários de David ainda em Corpo Fechado. Mas o diretor não conseguiu adicionar mais esse ramo da história ao filme. O enfrentamento dos dois chega finalmente agora em Vidro.
A opinião
O filme tem várias boas ideias e caminhos de roteiro. Mas, como fã de Corpo Fechado, apesar de ter ficado feliz em poder ver esses personagens novamente, devo dizer que faltou algo a Vidro. Talvez seja uma força que envolva o espectador na história. Parecia que a sensação de cansaço de David Dunn passava para o público. Como diretor, Shyamalan também já viu dias melhores. As cenas de lutas sob o ponto de vista dos atores são fracas e mal filmadas.
Mas, espero que Vidro encontre seu público, talvez para pessoas que não sejam tão envolvidas com a história, ele possa funcionar melhor. De qualquer maneira, mais uma vez o destaque vai para James McAvoy. O que ele faz com as diferentes personalidades de Kevin mereceria um Oscar. Pena que isso é bem pouco provável!