Há uma coisa que sempre me emociona quando vejo filmes românticos. É o “e se…”. Ou seja, caminhos que poderiam ter sido seguidos e não foram. E, com isso, a vida muda completamente. Esse é um dos pontos de A Última Carta de Amor, que estreou esse fim de semana na Netflix. É baseado no livro de Jojo Moyes, a mesma de Como eu Era Antes de Você. A Última Carta de Amor não é triste como esse último, mas funciona como um belo romance, com um toque de melodrama. Daqueles que faz tempo que você não vê no cinema ou no streaming.
O filme se passa em duas épocas. A primeira, em 1965, uma mulher casada, rica e infeliz, se apaixona por um jornalista. Os dois trocam várias cartas de amor. A segunda se passa nos dias atuais. Uma jornalista encontra uma das cartas que o casal de 1965 trocou. E fica comovida com a história que lê. Parte então para uma pesquisa para encontrar outras cartas e descobrir o que aconteceu com aqueles dois do passado. Para isso, ela conta com a ajuda de um arquivista do jornal onde trabalha.
https://www.youtube.com/watch?v=AfwAAH0sQEQ&t=62s
A crítica
Eu adoro um bom melodrama. Daqueles que tiveram seu ápice nos anos 50, tipo Imitação da Vida ou Palavras ao Vento. Entre produções mais recentes, me lembro de Diário de uma Paixão. A Última Carta de Amor tem todos os ingredientes do gênero. Gente muito bem vestida e maquiada (Shailene Woodley está linda). E ainda uma história com vários clichês como perda de memória, encontro em estação de trem, amor impossível. E, claro, cartas de amor que podem cair nas mãos erradas. Eu adoro filmes sobre cartas de amor (veja a lista aqui.)
Tudo isso é feito com carinho pela diretora Augustine Frizzell (ela também dirigiu o piloto de Euphoria). Especialmente ao som de uma interessante trilha sonora. A primeira parte, que se passa nos anos 60, é perfeita. Shailene, Callum Turner e Joe Alwyn convencem como o triângulo amoroso. Você fica querendo saber mais sobre eles. Já a segunda parte, com Felicity Jones, não funciona tão bem. Há uma falta de química entre ela e Nabhaan Rizwan. E a história também tem alguns pequenos buracos. Mas tudo isso é perdoável. O final – #sem spoilers – é um dos mais lindos que vi nos últimos tempos. Especialmente para que sempre se emociona com o “e se…”.