O trailer e a premissa de Além do Homem, que estreia essa semana nos cinemas, pareciam bem interessantes. A história é sobre Alberto Luppo, um escritor que mora em Paris há muitos anos e não tem vontade de retornar ao país de origem. Mas quando o antropólogo francês Marcel Lefavre é supostamente devorado por canibais no interior do Brasil, Alberto é obrigado a retornar à terra natal para investigar o mistério e transformar a história em um livro. Chegando lá, recebe a ajuda do taxista Tião que o leva até o local. Só que a medida que Alberto vai penetrando em um Brasil alegórico e misterioso, ele também começa a mudar , inclusive temendo por um final como o do francês.
O filme pretende mostrar um Brasil alegórico, e como o personagem inicialmente frio de Alberto vai tomando contato com essa cultura tão rica e se deixando envolver por ela. Só que apesar de alguns momentos realmente divertidos, com o motorista Tião, feito de forma deliciosa por Fabrício de Oliveira, o filme é uma jornada que parece sem fim para a audiência. Tudo tem um duplo sentido, tudo pode existir ou somente ser fruto da imaginação de Alberto (pelo menos foi isso que eu entendi!Rs!). Até mesmo o papel de Débora Nascimento, uma boa atriz com uma presença forte e sensual, fica meio indefinido. Ela existe ou não? Ela é um retrato do Brasil por quem Alberto se apaixona e se deixa levar? Creio que cada um pode ter sua própria interpretação. Lembra de Mãe, com Jennifer Lawrence? Esse vai mais ou menos pelo mesmo caminho sem a parte religiosa.
O coitado do Sérgio Guizé no papel de Alberto faz o que pode, mas também parece perdido, nesse sonho maluco com toques de Macunaíma. Uma pena! Mas, eu tenho que admitir que gostei muito mais de conversar com ele e com Fabrício Boliveira sobre o filme do que do filme propriamente dito. Dê uma olhada abaixo, a entrevista foi divertida!