O cinema tem um caso de amor de muito tempo com as histórias do boxe, Já falei sobre isso inclusive numa matéria recente – Dica de 10 grandes filmes sobre boxe. Eu pude perceber , ao fazer a lista, que as histórias verdadeiras dominam. Mesmo no cinema brasileiro, tivemos recentemente a história de José Aldo – tudo bem, não era boxe, mas MMA, mas vale! – em Mais Forte que o Mundo. Só que agora, chegou aos cinemas, a história do maior nome que o país já teve no boxe. 10 Segundos para Vencer mostra a bela história de Éder Jofre, bi-campeão mundial em duas diferentes categorias.
Conhecido como Galinho de Ouro, por ter sido eleito o maior peso galo da história do boxe, ele é considerado um dos maiores boxeadores de todos os tempos. O filme começa contando a infância pobre no bairro do Peruche, em São Paulo. Passa por suas relações com a família, especialmente seu pai, Kid Jofre, que foi a grande influência de sua vida. Mostra seu casamento, o período de baixa quando resolveu abandonar o boxe, e é claro, o retorno aos ringues para ser campeão novamente.
O filme pretende resgatar para as novas gerações, que praticamente o desconhecem, essa história de superação e talento de Éder. Ela já havia sido abordada num excelente documentário chamado Quebrando a Cara, de Ugo Giorgetti. Aqui no filme, lutas são reconstituídas de maneira brilhante, inclusive usando algumas cenas da época, que se fundem com imagens atuais. Esses efeitos especiais acabaram fazendo com que o filme demorasse mais para ser lançado. Elas ajudaram a resultar num belo trabalho do diretor José Alvarenga Jr. Mas, o mais forte, e a lembrança que fica quando você sai do cinema, é a relação de Éder com o pai.
Isso se deve muito às incríveis interpretações do elenco. Daniel de Oliveira está ótimo como Éder . É incrível como ele se sai bem em personagens verdadeiros tão diferentes como Stuart Angel, Cazuza e agora Éder. O sotaque é um destaque. Mas quem mais me impressionou foi Osmar Prado. Sempre ótimo, ele tem uma das interpretações mais extraordinárias que vi este ano, como Kid Jofre. Foi inclusive premiado no Festival de Gramado. Outro que também recebeu prêmio por lá foi Ricardo Gelli, como o tio de Éder , Zumbanão.
É claro que alguns momentos podem soar um pouco piegas. Mas com uma história tão rica, recebendo um tratamento tão bonito, a gente só pode relevar. E até o fofo do Daniel de Oliveira deixou um convite para todo mundo assistir ao filme.