Difícil dizer o quanto o enorme sucesso Bohemian Rhapsody no ano passado pode influenciar a carreira de Rocketman, que estreia essa semana nos cinemas. Afinal, enquanto o primeiro é uma biografia – ótima – de Freddie Mercury, nos moldes mais tradicionais, Rocketman é algo muito diferente. É uma fantasia com um toque de biografia de Elton John. Tem belos momentos, uma coreografia interessante, e, é claro, as incríveis músicas de Elton. O filme foi apresentado no Festival de Cannes e aplaudido de pé. Depois, Elton John e Taron Egerton, que faz seu papel no filme, cantaram juntos na festa do filme. Quem sabe faz ao vivo.
Tudo começa com Elton super-produzido entrando no que parece ser uma reunião de um grupo de ajuda, assumindo que é viciado em álcool, drogas e compras. Ele começa então a contar sua história, num modo bem Elton John de ser. Com direito a coreografias no meio da rua, diálogos interrompidos por canções, e até Elton levitando no meio de uma apresentação. O filme, que é produzido por Elton, é feito obviamente por um grande fã. Mas também não se nega a mostrar os defeitos, carências, opções erradas, e especialmente, suas dependências.
Aviso
Fica aqui, aliás, o aviso. Rocketman apresenta muito consumo de drogas, overdoses, e ainda cenas de beijos e sexo entre homens. Portanto, se isso é um problema para você, é melhor nem ir ver. Desde sua infância carente de afeto da família (Bryce Dallas Howard faz a mãe), Elton é mostrado como um gênio da música. Ele acompanha o seu início de carreira, da relação com Bernie Taupin, que é seu amigo e letrista há mais de 50 anos, e também o relacionamento com seu agente, John Reid, vivido por Richard Madden (Game of Thrones).
Melhores Momentos
Sou grande fã de Elton John. Vi um show dele em Las Vegas, com todo o colorido e brilho que tinha direito. Adoro suas músicas, que ouço desde menina. E a maior parte de seus maiores sucessos está lá no filem. Os maiores destaques, ou aqueles momentos que eu gostaria de ver de novo, ficam com a cena de Your Song, e a de Yellow Brick Road. Essa última é interpretada por Jamie Bell, que faz o papel de Bernie Taupin. Ao sair do filme, foi a interpretação dele que ficou em minha mente.
Mas…
Não que a de Taron Egerton não seja muito boa também.Ele até canta todas as músicas com sua própria voz, que é incrível. Mas, a de Jamie traz uma aura fascinante, uma ilha de compreensão no meio de tamanha loucura. Pelo menos, até agora, tem meu voto como melhor coadjuvante do ano. Rocketman não é bem aquilo que eu esperava. Têm lindos momentos, e um excelente trabalho de direção e roteiro. Mas em momento algum me emocionou. Para mim, que saí aos pratos de Bohemian Rhapsody, parece que ficou faltando algo em Rocketman. Talvez tenha sido a expectativa muito alta. Quem sabe com você será diferente?
Fotos de divulgação