Dois Caras Legais, que estreia esta semana nos cinemas, nasceu para ser uma série de TV sobre dois detetives atrapalhados, que investigam crimes na politicamente incorreta década de 70. Como vários projetos em Hollywood, que começam com um objetivo e acabam se transformando em outra coisa, Dois Caras Legais não só virou filme, mas acabou se tornando uma super-produção com dois astros famosos e um diretor consagrado.
Na Los Angeles dos anos 70, um detetive atrapalhado com uma filha, Holland March (Ryan Gosling), está investigando a morte de uma famosa atriz pornô. Só que quando as pistas o levam a uma jovem chamada Amelia (Margaret Qualley, filha de Andie MacDowell), o seu caminho se cruza com o de Jackson Healy (Russell Crowe) e seus músculos poderosos. Só que os dois terão que se unir para descobrir o que aconteceu quando Amelia simplesmente desaparece. E eles começam a encontrar muita gente estranha, strippers vestidas de sereias e até uma conspiração do governo.
É claro que a direção de arte é ótima, recriando roupas, ambientes, e uma trilha sonora compatível. Quem viveu esses tempos com certeza vai gostar. Mas como a maioria dos filmes dirigidos por Shane Black, uma boa ideia, grandes atores, várias referências (a de John Boy é a melhor) e alguns momentos engraçados acabam se perdendo no meio de um roteiro repetitivo, que por vezes torna a história um pouco arrastada.
Por outro lado, Ryan Gosling está surpreendentemente divertido, a menina que faz sua filha, Angourie Rice (que estará no próximo Homem-Aranha) é ótima, e o filme ainda tem participações especiais de Matt Bomer, Kim Basinger (se reunindo novamente com Russell Crowe depois de Los Angeles: Cidade Proibida), e até Gil Gerard (lembra de Buck Rogers?). Já Russell Crowe, por outro lado, poderia ter perdido uns quilinhos para que a gente acreditasse que ele poderia correr e pular daquela forma atlética, né?
Ou seja, até vale a pena se as filas dos filmes mais badalados estiverem longas…