Ainda no último sábado, zapeando na TV, vi novamente um pedaço de Superman 2. Margot Kidder, que fazia a Lois Lane, estava longe de ser a minha Lois favorita da história (esse lugar é de Erica Durance). Mas, ela era uma boa atriz e marcou época ao lado de Christopher Reeve nos quatro filmes sobre Superman dos nos anos 70/80. Nesse domingo, ela faleceu aos 69 anos em sua casa nos Estados Unidos, e ainda não foi divulgada a causa. O cinema ficou um pouco mais triste.
Margot teve uma vida de altos e baixos, especialmente devido a um distúrbio bipolar que nos anos 90 fez com que ela chegasse a viver um tempo como sem-teto sem saber exatamente quem era. Mas, nos bons momentos tinha uma personalidade cativante. Ela estreou no cinema em 1969, pelas mãos do premiado Norman Jewinson, em Uma certa Casa em Chicago. Ao conhecer a atriz Jennifer Salt, as duas se tornaram as melhores amigas e rapidamente se conectaram com um grupo de jovens atores e cineastas que iriam mudar Hollywood. Entre eles, Martin Scorsese, Steven Spielberg, Susan Sarandon e Brian De Palma. Com Brian, ela namorou por um tempo, e ainda conseguiu um de seus melhores papéis da vida, o de uma das Irmãs Diabólicas, grande sucesso do diretor.
Logo vieram outros filmes bem-sucedidos como Noite do Terror (1974), Quando as Águias se Encontram, 92 Graus à Sombra e A Reencarnação de Peter Proud, todos os três lançados em 1975. Durante 92 Graus à Sombra, ela se apaixonou pelo ator Thomas McGuane e ela teve sua única filha, Maggie. Só que depois de um tempo vivendo somente como mãe e dona de casa, Margot recebeu a proposta de fazer o papel que a deixaria famosa para sempre em Superman – O Filme, de 1978. Segundo o diretor Richard Donner, ela foi a escolhida porque enxergou o humor em determinadas falas de Lois. Com isso ela venceu outras candidatas como Anne Archer, Lesley Ann Warren, Deborah Raffin, Susan Blakely, Stockard Channing, e April Byron.
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Antes da estreia do segundo filme, Superman II – A Aventura Continua (1980), ela ainda estrelou outros filmes conhecidos. Horror em Amityville, de 1979, que, na opinião da atriz, era uma grande bobagem, e Willie e Phil – Uma Cama para Três (1980). Quando Superman III, que já era mais fraquinho, foi feito, ela acabou se apaixonando pelo comediante Richard Pryor, de grande sucesso na época, e que era o vilão da hora. Uma vez, em uma entrevista, Margot relembrou, ” eu me apaixonei por ele em dois segundos… Ele era inteligente e engraçado, e você sentia vontade de cuidar dele. Era maravilhoso. Minha nossa… ele era simplesmente – Richard era irresistível.” Eles fizeram também outro filme, Apuros e Trapalhadas de um Herói (1982).
Outros relacionamentos de Margot não duraram muito. Nos final do anos 70, ela ficou casada com o também ator John Heard (de Esqueceram de Mim) por quatro mesas. Já na década seguinte foi a vez do diretor Philip De Brocca, que durou pouco mais de um ano.
Já nos anos 90, depois do episódio em que ficou perdida por causa do distúrbio bipolar, Margot foi se tratar e voltou a trabalhar na TV, no cinema e também no teatro, onde teve uma elogiada atuação em Os Monólogos da Vagina no Canadá. No cinema, seu último filme é de 2017, The Neighborhood, com Danny Aiello.
Mas foi na TV que ela mais apareceu. Participações em La Femme Nikita (1999), Law & Order SVU (2001), The L Word (2006), Brothers & Sisters (2007) lhe garantiram trabalho, assim como as participações em ComicCon’s de vários lugares. Afinal quem não gostaria de ver Lois Lane ao vivo?
Entretanto, para mim, o momento mais marcante foi em Smallville em 2004. Ela fazia o papel de Bridgette Crosby, assistente e namorada de Virgil Swann (feito por Christopher Reeve). Eles não chegaram a contracenar, mas a ideia dos dois juntos num outro universo de Superman, fez a festa de vários fãs, inclusive a minha. E também valeu ver margot contracenar com Annette O’Toole, que foi Lana Lang em Superman 3, e em Smallville era Martha Kent. Foi tudo muito emocionante!
Valeu, Margot Kidder!